Na primeira entrevista que concedeu após ser eleito prefeito de São Paulo, o tucano João Doria
prometeu visitar o ex-presidente Lula na cadeia, em Curitiba; uma das acusações da Lava Jato
a Lula é a de que o ex-presidente teria sido beneficiado com uma antena da Oi, no sítio em
Atibaia (SP), que, segundo o cartório de registro de imóveis, não pertence ao ex-presidente; no
curso das investigações, a Lava Jato questionou à Oi se a empresa atendia a pedidos de
políticos; eis que a resposta surpreendeu: sim, a operadora instalou, a toque de caixa, uma
central telefônica na casa de praia de Doria, em Trancoso (BA), depois de ser pressionada por
ele; e agora: Lula visitará Doria em Curitiba
247 – Na primeira entrevista que concedeu após ser eleito prefeito de São Paulo, o tucano João Doria
prometeu visitar o ex-presidente Lula na cadeia, em Curitiba, e também garantiu que nenhum
político do PSDB seria preso na Lava Jato (relembre aqui).
247 – Na primeira entrevista que concedeu após ser eleito prefeito de São Paulo, o tucano João Doria
prometeu visitar o ex-presidente Lula na cadeia, em Curitiba, e também garantiu que nenhum
político do PSDB seria preso na Lava Jato (relembre aqui).
Naquele momento, uma das acusações da Lava
Jato a Lula era a de que o ex-presidente teria
sido beneficiado com uma antena da Oi, no sítio
em Atibaia (SP), que, segundo o cartório de
registro de imóveis, não pertence ao ex-
presidente.
No entanto, no curso das investigações, a Lava
Jato questionou à Oi se a empresa atendia a
pedidos de políticos.
Eis que a resposta surpreendeu: sim, a operadora
instalou, a toque de caixa, uma central telefônica
na casa de praia de Doria, em Trancoso (BA),
depois de ser pressionada por ele.
Os detalhes da história foram revelados pelos repórteres Flávio Ferreira e Julio Wiziack, na Folha de
S. Paulo (leia aqui). Na sua resposta, Doria disse que o pedido beneficiou outras pessoas, além dele
próprio. E agora: Lula visitará Doria em Curitiba?
Jato a Lula era a de que o ex-presidente teria
sido beneficiado com uma antena da Oi, no sítio
em Atibaia (SP), que, segundo o cartório de
registro de imóveis, não pertence ao ex-
presidente.
No entanto, no curso das investigações, a Lava
Jato questionou à Oi se a empresa atendia a
pedidos de políticos.
Eis que a resposta surpreendeu: sim, a operadora
instalou, a toque de caixa, uma central telefônica
na casa de praia de Doria, em Trancoso (BA),
depois de ser pressionada por ele.
Os detalhes da história foram revelados pelos repórteres Flávio Ferreira e Julio Wiziack, na Folha de
S. Paulo (leia aqui). Na sua resposta, Doria disse que o pedido beneficiou outras pessoas, além dele
próprio. E agora: Lula visitará Doria em Curitiba?
por : Mauro Donato
Inúmeras vezes Lula repete em seus discursos que a elite sempre ficou incomodada ao vê-lo ascender. Que não suporta saber que um nordestino, sem formação e metalúrgico esteja tomando vinho em vez de cachaça barata.
Inúmeras vezes Lula repete em seus discursos que a elite sempre ficou incomodada ao vê-lo ascender. Que não suporta saber que um nordestino, sem formação e metalúrgico esteja tomando vinho em vez de cachaça barata.
Ter uma adega virou crime, um pecado capital, se o proprietário for Lula. Possuir dois pedalinhos num lago cujas dimensões pouco diferem de algumas piscinas 5 estrelas? “Que absurdo!”, exclama a madame a bordo de sua lancha de 3 milhões de dólares.
O episódio da antena de telefonia instalada nas proximidades do sítio que Lula diz não ser dele – mas muito frequentou – é mais um exemplo para se atentar que, tirando alguns excessos, os discursos do ex-presidente não são apenas demagogia. Não é simples retórica embalada em vitimismo.
Quando questionada a respeito da tal antena vizinha ao sítio de Atibaia, a empresa Oi afirmou que pedidos assim não são tão raros e que muitas vezes são atendidos.
Para ilustrar o que estava falando, relatou exemplos de antenas instaladas junto a localidades descobertas da prestação do serviço, por solicitação da tal elite. Um dos casos prontamente atendidos foi de João Doria.
Em 2012 o futuro prefeito dos paulistanos deu um aperto na Oi para que o condomínio de luxo em Trancoso (BA), no qual possui uma casa, recebesse serviço de telefonia. E tudo saiu a toque de caixa.
“Nosso condomínio acaba de ser inaugurado e dele fazem parte o Ivan Zurita (presidente da Nestlé), Nizan Guanaes, Amilcare Dalevo (dono da Rede TV!), o Ronaldão (Fenômeno), Roberto Carlos (cantor), Dody Sirena e eu, entre outros empresários e personalidades que estão completamente sem telefone no condomínio”, escreveu Doria em um email para James Meaney, diretor de operações da Oi na ocasião.
Em menos de 20 minutos o e-mail já estava na caixa de entrada de um técnico da diretoria de Implantação para a Bahia com a ordem explícita: “Entender e resolver imediatamente”. Em 15 dias o condomínio passou a ter telefone e internet (o prazo normal gira em torno de seis meses).
João Doria execerceu pressão sobre um diretor da Oi que havia sido seu entrevistado no programa Show Business. Utilizou-se de seu status de ‘personalidade’ e também se fez valer da saia justa na qual ficaria a empresa depois de desfilar propaganda disfarçada de entrevista como eram aqueles programas bajuladores do novo prefeito.
O email de Doria não deixa dúvidas. Eram ‘personalidades’, ele incluso. Daí, tudo pode, tudo precisa ser feito, atendido. Onde já se viu alguém como Dody Sirena ficar sem telefone? E alguém importante como Amilcare Dalevo, então?
Onde já se viu ficarem na fila? “Que absurdo”, exclamaria a madame em sua cobertura na Vieira Souto. Sim, eram personalidades. Mas Lula é Lula, não pode. Ele era apenas o presidente da República, queria falar no celular com quem? Para que esse luxo todo?
Doria apela a seu status para atacar mas em sua defesa alega que a instalação não beneficiou apenas a ele, mas também ‘funcionários e prestadores de serviço que antes não tinham acesso à telefonia’. Já a antena de Atibaia…
Não se está aqui a defender incondicionalmente as escorregadas de Lula. Mas quando ele é um dos benefeciários de qualquer coisa, o assunto é tratado como crime. Mesmo sendo uma situação idêntica e corriqueira entre os endinheirados. É sobre isso que se deve debruçar.
Há sim uma rejeição da elite em ver Lula não morar em um barraco. Há sim um desconforto da elite ao ver a filha da empregada doméstica frequentar a faculdade. É inegável.
Não é possível fechar os olhos para as motivações do golpe que guilhotinou Dilma/Lula/PT. Uma sociedade mais justa não estava nos planos, nunca esteve.
A Odebrecht afirmou que realizou pagamento em dinheiro vivo, cash, bufunfa, via caixa dois, para as campanhas de 2010 e 2014 do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo a delação premiada acordada com a Operação Lava Jato, R$ 2 milhões em espécie foram entregues ao irmão da primeira-dama, dona Lu Alckmin. Mas Alckmin é o ‘santo’. Lula sempre foi o demônio.
Entre os poderosos, aqueles que estão, sempre estiveram e querem continuar acima da lei, brecar a Lava Jato era fundamental. E para a casta branca e rica, dona de empresas e casas bacanas, que foi para as ruas pintada de verde e amarelo, o zé povinho é uma praga que precisa ser mantida longe e paga com salários baixos.
Os avanços sociais nos dois mandatos Lula e mais um de Dilma são acanhados mas superam qualquer outro período. Isso fez com que a elite se sentisse ameaçada e expusesse seu ranço.
O caso do condomínio de Trancoso ilustra que os privilégios que os ricos condenam em Lula (ou em qualquer pessoa menos favorecida) são os mesmos que conferem para si. Isso não é elitismo?
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