segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O TRISTE FIM DOS GRUPELHOS GOLPISTAS



Carla e Reis (ao centro) em outros tempos

Mauro Donato

Ela se contrapõe a Olavo de Carvalho. Critica fortemente Janaína Pachoal. Compartilha um meme 
que diz facilitar a vida das pessoas ao indicar ‘personalidades’ que devem ser bloqueadas: Kim 
Kataguiri, Reinaldo Azevedo, Fernando Holiday, Gilmar Mendes.
Desce a lenha nos movimentos que arquitetaram o impeachment. Uma “esquerdopata”, certo? Nada 
disso. Trata-se de Daniela Schwery, uma ativa participante desses mesmos movimentos, que 
divulgava vídeos dessa essa turma toda e era defensora desse pessoal até ontem. O que está 
ocorrendo com a direita ‘vencedora’?
Há alguns dias um áudio do revoltado online Marcello Reis vazou e o que se ouviu foi, além de seu 
característico estilo pouco diplomático, aparentemente alterado, uma lavação de roupa imunda que 
expõs o estágio atual de guerra declarada entre aqueles que foram às ruas patrocinados por Fiesp e 
patota, atingiram o primeiro objetivo (expulsar Dilma e o PT), mas que depois não encontraram vaga 
no camarote.
Reis dirige-se a Carla Zambelli, do “Nas Ruas”, outra ‘expoente’ verde-e-amarela da avenida 
Paulista, como ‘vaca, filha da puta’ e por aí vai. De quebra, cita Daniela Schwery. Daniela também 
sai atirando para todos os lados.
“Não deixem não, amiguinhos, esfreguem na carinha deles que o bonitão da família da Carla, o 
cunhadinho querido, com malas de dinheiro é o DONO da OAS e queria contar com a morosidade da 
justiça e ministros de bolso para livrar a cara dos companheiros, o que a Carla bota na prática 
alinhando e aparelhando os protestos aos interesses das empresas ligadas a lava jato, como a Suzano, 
tendo os Feffers como seu patrocinador – família que está aparelhando a FIESP – contando com a 
ajudinha do industrial que não tem indústria, o Skaf, que tem seu filho casado com a fefferlandia”, 
escreveu Schwery nas redes sociais, revelando que ali todo mundo se conhece, tem relacionamento 
muito próximo. O ‘cunhadinho’ de Carla Zambelli é Bruno Brasil, da empreiteira OAS.
Daniela Schwery agora se diz ‘empenhada em desmascarar essa gente, em denunciar suas práticas’. 
Agora quer posar de indignada, que foi enganada. Daniela Schwery, Marcello Reis e companhia 
limitada creem fielmente que somos idiotas ou eles é que são? Não sabiam de nada?
O áudio de Marcello Reis o contradiz bem rapidamente. Admite conhecer Carla há muito tempo. 
“Muuuuuito tempo”, ele diz. Admite ter tido um convívio próximo ao cunhado empreiteiro dela 
durante os anos de luta pelo impeachment de Dilma. Cunhado que ele afirma ser quem levava malas 
de dinheiro (e aí, Polícia Federal, vai chamar o cara para depor?).

Em tempo: Carla Zambelli postou um esclarecimento em sua defesa (que no pedantismo típico 
desse pessoal ela chamou de ‘Nota Oficial’) afirmando que Bruno Brasil é em ex-cunhado e que não 
fala com ele ‘desde que começaram as prisões da Lava Jato’.
Agora querem dar uma de inocentes? Não sabiam do rabo preso, das segundas intenções? Agora se 
referem ao MBL e demais golpistas como ‘bando de moleques’, ‘quadrilhas financiadas’?
“Então podemos considerar como Premissa (sic) de que (sic 2) qualquer um que lute contra o 
Establishment jamais ganhará popularidade sem o apoio dos senhores do capital?”, pergunta um 
aturdido seguidor de Daniela Schwery. “Podemos sim, infelizmente”, responde ela em tom misto de 
Margarida Arrependida com Pedro Bó.
O admirador de Daniela muito provavelmente tenha citado falta de popularidade em referência ao 
fracasso de Schwery nas eleições. Ela candidatou-se a deputada estadual pelo PSDB e não foi eleita. 
Obteve míseros 1.101 votos. Ela que sempre foi ligada ao partido tucano, aliada de José Serra, agora 
publica na internet que o PSDB ‘deveria ser varrido’. Neste ano fez campanha para o Major Olímpio. 
Melhorou, hein? Daniela é apoiadora dos militares faz tempo.
A ex-tucana se esforça para desgrudar-se do cordão umbilical e está em campanha por uma ‘CPI dos 
Movimentos Já!’. Diz não sofrer de indignação seletiva e quer investigados o NAS RUAS, o MBL, 
CUT, MST. “Acompanhando as últimas notícias, vídeos e áudios relacionados aos movimentos 
sociais ficou claro que tem muita coisa errada e que não se encaixa dentro do contexto político que 
vivemos. São denúncias que envolvem partidos políticos, empresas envolvidas na lava jato e muito 
dinheiro. Acredito que os envolvidos devam se pronunciar e colocar tudo em pratos limpos, caso 
contrário seremos a piada da esquerda”, postou ela e completou: “Não temos bandidos de estimação.”
É curioso ver a direita se batendo. Além da profundidade típica dos debates ‘políticos’ (se xingam, 
ameaçam, agridem fisicamente, ofendem, carregam argumentos rasteiros, são reativos emocionais 
sem um pingo de respeito pelo contraditório) é fundamental, entretanto, saber quais interesses 
deixaram de ser atendidos para declararem guerra desse jeito.
Como louvaram e idolatraram empresas e pessoas com a ficha tão suja durante tanto tempo e agora 
vêm com esse mimimi auto-acusatório? É o roto falando do remendado.
Dizer que só descobriu hoje que ‘Janaína Pachoal é uma articuladora para blindar o PSDB’ e que 
tudo nasceu com o propósito de brecar a Lava Jato é um 171 fajuto demais. Até para a direita 
golpista.
Por uma CPI dessa pilantragem.

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