segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Crise do PT revela falta de novos líderes e de rumos

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Desde a sua criação, 36 anos atrás, o PT conviveu com crises e rachas, antes e depois de chegar ao poder central.
A atual crise, a maior de todas, daquele que já foi o maior partido de esquerda da América Latina, revela que seus dirigentes podem ser muito bons em fazer diagnósticos, mas não sabem o que prescrever ao doente para voltar a ter uma vida normal e ir à luta.
Até agora, após a atordoante derrota nas eleições municipais, muito maior até do que os seus adversários esperavam, ninguém foi capaz de apresentar uma ideia nova, uma proposta, um projeto qualquer, não só para o partido, mas para o país.
Discutem-se nomes, formatos de eleição para o novo comando, data para escolher o sucessor do atual presidente, quem são os responsáveis pela crise, mas evita-se debater onde foi que o partido errou e o que fazer para elaborar um programa mínimo destinado a reinserir o PT no quadro partidário nacional, agora sem hegemonia, mas ainda com um importante papel a cumprir como oposição.
Grupos à direita e à esquerda da atual direção partidária fazem reuniões e anunciam plenárias para discutir o que fazer, sem dizer como pretendem agir de forma concreta caso assumam o comando do PT.
Os milhões de filiados, militantes e eleitores, que o partido conquistou ao longo da vida, ficaram perdidos diante da ausência de novos líderes e novos caminhos, que possam lhes dar argumentos para enfrentar os adversários, agora muito mais fortes e numerosos, aglutinados em torno do atual governo.
Já disse várias vezes, e repito aqui, que apenas culpar os adversários de todas as latitudes pela derrota de 2 de outubro não vai resolver nenhum dos problemas nem ajudar a enfrentar os duros desafios que o partido tem pela frente. Em vez de procurar culpados, o PT precisa urgentemente dedicar todo o seu tempo e todos os seus esforços para encontrar um rumo.
Ao não dar condições para a criação de novas lideranças e não atualizar seu programa, abandonando as suas bases históricas, o PT se vê agora diante de uma situação limite que é, ao mesmo tempo, causa e consequência do impasse em que vive.
Sempre é tempo para recomeçar, mas é preciso dar o primeiro passo para evitar um desmanche do partido e, mais do que isso, dos sonhos de toda uma geração de brasileiros.
Vida que segue.

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