segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O CARRASCO MORAES ANTECIPOU E PF PRENDEU ANTONIO PALOCCI


O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirma que a prisão de Antônio Palocci, anunciada num 
comício político do PSDB pelo ministro Espancador de Criança de Alckmin, Alexandre de 
Moraes, confirma que o Brasil já vive um estado de exceção, em que a Justiça foi capturada 
por interesses políticos; "Esse Ministro extrapolou todos os limites do razoável. É um 
irresponsável que quer incendiar o País como fez com São Paulo", diz Pimenta; Moraes 
anunciou a prisão ao lado de Duarte Nogueira, que é o maior adversário de Palocci em 
Ribeirão Preto (SP); Pimenta também questiona o que aconteceria na imprensa brasileira, se, 
na véspera, José Eduardo Cardozo anunciasse a prisão de algum adversário político.

O ex-ministro Antonio Palocci foi preso durante a 35ª da Operação Lava Jato; ontem, em 
Ribeirão Preto (SP), cidade de Palocci, o ministro da Justiça Alexandre de Moraes fez 
campanha por Duarte Nogueira, do PSDB, e antecipou que haveria "mais Lava Jato" nesta 
semana; "Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando 
vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse o ministro; para o PT, o governo 
começa a usar a Polícia Federal com fins eleitoreiros.

Reuters - O ex-ministro Antonio Palocci foi preso nesta segunda-feira pela Polícia Federal em nova fase da operação da Lava Jato, que investiga suspeita de relação criminosa do petista com o grupo Odebrecht em negociações envolvendo a Petrobras, o BNDES e o Congresso Nacional.
Palocci foi ministro da Fazenda do governo Lula e ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma.
De acordo com uma fonte ligada à operação, o ex-ministro foi preso em São Paulo nesta manhã como parte dos três mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça no âmbito da 35ª fase da Lava Jato, intitulada Omertà, segundo a PF, em referência à origem italiana do codinome que a construtora usava para fazer referência a Palocci.
De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta visando propiciar vantagens econômicas à Odebrecht em diversas áreas de contratação com o poder público, tendo sido ele próprio e membros de seu grupo político beneficiados com valores ilícitos.
"Nesta fase da operação Lava Jato são investigados indícios de uma relação criminosa entre um ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda com o comando da principal empreiteira do país. O investigado principal atuou diretamente como intermediário do grupo político do qual faz parte perante o Grupo Odebrecht", disse a PF em comunicado, sem citar Palocci nominalmente.
As investigações apontaram, segundo a PF, tratativas entre a Odebrecht e o ex-ministro para a aprovação de um projeto de lei sobre benefícios fiscais, além de aumento da linha de crédito junto ao BNDES para um país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais e a interferência no processo de licitação da Petrobras para a aquisição de 21 navios sonda para a exploração de petróleo na camada pré-sal.
Além da prisão temporária de Palocci e de mais duas pessoas, estão sendo cumpridos nesta segunda-feira 15 mandados de condução coercitiva e 27 de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, de acordo com a PF.
Na semana passada, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, também dos governos Lula e Dilma, chegou a ser preso na 34ª fase da Lava Jato, sendo liberado no mesmo dia.
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