sábado, 3 de setembro de 2016

EUA e China ratificam Acordo de Paris contra mudanças climáticas


Obama e Jinping ratificaram acordo de Paris. Outros 20 países já se uniram ao pacto; 
presidente chinês também se encontrou com homólogo turco para discutir combate ao terrorismo. 

Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da China, Xi Jinping, ratificaram neste sábado (03/09) o Acordo de Paris contra a mudança climática antes de o início da cúpula do G20 na cidade de Hangzhou, que contou com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
"Quando há vontade e ambição, e quando há países como China e EUA prontos para mostrar liderança e exemplo, é possível criar um mundo mais próspero", disse Obama ao anunciar a ratificação do pacto junto a seu homólogo chinês e Ban Ki-moon.
Para que o Acordo de Paris — firmado na cúpula climática de Paris em dezembro do ano passado — entre em vigor, é necessário que pelo menos 55 países que somem no total 55% das emissões poluentes globais completem o processo de ratificação.
China e EUA, os dois países mais poluentes do mundo, somam cerca de 40% das emissões globais. Com suas adesões, o objetivo fica mais perto de ser alcançado.
Segundo o assessor de Obama, Brian Deese, mais de 55 países expressaram publicamente o compromisso de ratificar o acordo antes que termine o ano e 20 já se uniram formalmente a ele. Entre os que estão finalizando o processo de ratificação se encontram Brasil, Argentina, Coreia do Sul e Japão, disse Deese à imprensa.
Horas antes do anúncio conjunto, a Assembleia Nacional Popular (o parlamento chinês) já tinha confirmado o acordo, destinado a substituir em 2020 o Protocolo de Kyoto e que tem como objetivo manter o aumento da temperatura média mundial abaixo de 2 graus Celsius a respeito dos níveis pré-industriais.
Além disso, EUA e China se comprometeram a trabalhar juntos para antecipar neste ano uma emenda ao protocolo para proteger a camada de ozônio aprovado em Montreal em 1987, a fim de incluir mais medidas contra os hidrofluorocarbonetos (HFC), gases de efeito estufa utilizados em frigoríficos e ares condicionados.
De acordo com especialistas, aprovar essa emenda pode evitar o acréscimo de até 0,5 graus Celsius no nível de aquecimento global até o fim de século.
"Apesar de nossas diferenças em outros temas, esperamos que nosso objetivo de trabalhar juntos [na luta contra o aquecimento global] inspire o mundo", enfatizou Obama.
China e Turquia acordam cooperação em combate contra terrorismo
Antes do início da cúpula, ainda neste sábado, o presidente da China, e líder turco, Recep Tayyip Erdogan, se reuniram para aprofundar a cooperação entre os dois países no combate ao terrorismo.
Erdogan é dos primeiros mandatários, junto ao brasileiro, Michel Temer — empossado após a presidente eleita Dilma Rousseff ter sido destituída —; o argentino Mauricio Macri, o sul-africano Jacob Zuma, entre outros, que se reúne com Xi Jinping.


Erdogan e Jinping discutiram combate ao terrorismo

O presidente turco, que participa da primeira cúpula internacional após a fracassada tentativa de golpe sofrida pelo seu país, em julho, também deve se reunir com o líder russo, Vladimir Putin, e com o presidente americano, Barack Obama.
As reuniões com Putin e Obama serão dominadas pela operação militar turca no norte da Síria, que começou no dia 24 de agosto para atacar os jihadistas do Estado Islâmico (EI) em várias localidades.
A China, por sua vez, alinha sua postura com a Rússia no conflito sírio, e recentemente anunciou que seu Exército fornecerá ajuda humanitária e para as Forças Armadas sírias.
Além disso, o governo chinês exige que a luta global contra o terrorismo inclua os supostos separatistas uigures (minoria chinesa semelhantes aos turcos) do Movimento do Turquestão Oriental (ETIM, em inglês), a quem ele acusa de orquestrar ataques na região de Xinjiang.
Em julho de 2015, Erdogan se reuniu com Xi durante uma visita oficial à China, onde se comprometeram em lutar contra o "inimigo comum do terrorismo" e o líder turco condenou as atividades do ETIM.
China libera sites estrangeiros para participantes do G20
Durante a cúpula do G20, a China decidiu liberar o acesso a sites bloqueados a anos para a população, como Google, YouTube, Facebook e Twitter para os participantes e jornalistas cobrindo o evento.
O centro de imprensa para a cúpula, assim como os hotéis oficiais onde estão hospedados jornalistas, delegados e líderes, estão livres da habitual censura da rede chinesa, a fim de evitar queixas dos visitantes. No entanto, a área é afastada do resto da população e conta com um forte esquema de segurança
Além disso, a internet funciona na cúpula com um sistema de cartões personalizados, o que permitiu a suspensão da censura somente aos participantes estrangeiros, enquanto os jornalistas chineses seguem com as limitações frequentes.
Esta prática é habitual em grandes eventos internacionais organizados pela China, que fez o mesmo durante a cúpula do Fórum Ásia Pacífico (Apec), organizado em Pequim, em 2014, assim como seis anos antes, quando a capital chinesa sediou os Jogos Olímpicos.
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