sexta-feira, 23 de setembro de 2016

CONTRA O GOVERNO TEMER, VEM AÍ UMA GREVE GERAL


Paulista, 22 de setembro de 2016. 17 cidades tiveram o que foi considerado um “esquenta” 
para a paralisação.

por : Mauro Donato

Segundo os organizadores, foi só um ‘esquenta’. Mas a julgar pela diversidade de setores presentes, 
está tudo bem encaminhado para uma grande greve geral. Na tarde desta quinta-feira, pelo menos 30 
mil pessoas reuniram-se na avenida Paulista, no que chamaram de Dia Nacional de Paralisação e 
Mobilização. Os atos ocorreram também em outras 17 cidades.
“Paralisamos várias categorias profissionais. Da Educação, os Metalúrgicos, os Químicos, os 
Eletricitários, vários. É uma demonstração para os golpistas de que não vamos aceitar nenhum 
retrocesso, nenhuma retirada de direitos trabalhistas. É só uma etapa antes de uma greve geral que 
está em construção. Uma parte da sociedade brasileira ainda não conseguiu entender o que está por 
trás desse golpe, dessa ação organizada pela Fiesp e pelos setores econômicos que querem acabar 
com os direitos sociais conquistados”, disse Douglas Izzo, presidente da CUT-SP, ao DCM.
Além das centrais sindicais, diversos movimentos sociais, a Frente Popular, a Frente Povo sem 
Medo, bancários, professores, estudantes. A categoria dos professores, que há muito tempo sofre nas 
mãos de Geraldo Alckmin e já vêm se mobilizando há algum tempo para uma greve, estava em peso.
“A gente está defendendo a unificação e unidade de ação para construir a greve geral. Espero que os 
professores concordemos em parar no dia 29 junto com os metalúrgicos”, declarou a professora 
Flavia Bischain. Depois de conversar com o DCM, ela fez a proposta do alto do caminhão de som. 
Os professores estaduais estão sem reajuste salarial há dois anos.
Como educação parece ser uma das disciplinas mais visadas pelo governo golpista, lá estavam 
também os estudantes. Sucateamento do ensino público, embromação na CPI da merenda, 
reorganização e privatização veladas, aberrações como o Escola Sem Partido. Motivos não faltam 
para os jovens estarem descontentes e preocupados com o futuro.
“A reforma do ensino médio irá piorar o que já estava ruim. E os desmontes que estão previstos com 
o governo Temer irão afetar todas as categorias. Estudante é filho de trabalhador, uma coisa é ligada 
na outra. Por isso a unificação de hoje é importante, para mostrar força contra esses ataques”, falou o 
estudante Marcelo Rocha.
A perspectiva de uma greve geral no serviço público pode parecer algo ainda embrionário, mas há 
um fator adicional que poderá dar ignição a esse estopim (além da guilhotina nos direitos 
trabalhistas) que é a PEC 241. O projeto que congela os gastos públicos por 20 anos.
“Há razão para uma greve geral, sobretudo pela PEC 241 que ataca a Constituição Federal na sua 
essência. O Congresso Nacional está divorciado da realidade e dos interesses e necessidades da 
sociedade brasileira. Ele defende apenas seus próprios interesses, os interesses do poder econômico. 
A população está chegando no limite e não vai aceitar esse favorecimento”, afirmou o deputado 
Carlos Giannazi (PSOL).
“Todas essas centrais sindicais aqui juntas é uma oportunidade que acontece raríssimas vezes e 
demonstra que a situação é extremamente grave. A regressão que esse governo golpista quer fazer 
não é desmontar o que foi feito há 30 anos, que foi a Constituição. É romper um pacto de 70 anos 
que é a CLT. O Brasil não pode andar para trás e está nas mãos dos trabalhadores e do povo impedir 
que isso aconteça”, disse Gilberto Maringoni, atual candidato a vereador que concorreu ao governo 
de São Paulo em 2014.
O governo Temer, assim como a fisionomia de seu comandante máximo, apavora a todos. A perda de 
direitos, a proposta de reforma da Previdência, os cortes em Saúde e Educação não são aceitos. 
Como de resto, o governo em si não é reconhecido, dada sua ilegitimidade.
Sua popularidade ridícula de pouco mais de 10% deve-se a atender aos 10% mais ricos. Porém o 
povo não pode fazer como autoridades de delegações latino-americanas que se retiraram da platéia 
quando Michel Temer subiu ao púlpito na ONU. Quem tem que sair é ele. Fora Temer, já.



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