segunda-feira, 29 de agosto de 2016

QUEM É O TAL DE CASSIO CUNHA LIMA


Cara de pau...... "Não sejamos ingênuos, senador, todos nós sabemos que esse processo nasceu 
de uma vingança do senhor Eduardo Cunha, a quem vocês se aliaram. E disso devem se 
envergonhar", disse Dilma;

por : Paulo Nogueira

Quem o senhor Cássio Cunha Lima pensa que é para falar obsessivamente em nome do povo 
brasileiro?
Quem lhe deu procuração? Você, eu?
Me chamou a atenção que ninguém entre os senadores tenha dito isso a ele numa de sua múltiplas 
invocações fraudulentas do povo brasileiro: “Como o senhor ousa falar em nome da sociedade?”
Há um romance de Agatha Christie em que um grupo de pessoas são reunidas numa casa numa ilha. 
Subitamente, uma gravação começa a apontar os crimes de um por um. A quem interessar possa, é 
“E não restou nenhum”.
Pois bem.
Se uma gravação dessa natureza contemplasse os senadores que condenam tão ruidosamente Dilma, 
quantos sobrariam?
O senador Cássio Cunha Lima não. Ele é ficha suja, para começo de conversa. Foi cassado quando 
era governador da Paraíba em 2009, acusado de desvios de recursos e compra de votos.
Uma decisão do STF de postergar as consequências da Ficha Suja permitiu que ele concorresse ao 
Senado em 2012. Por isso temos que aturar essa reserva moral do PSDB fazendo prédicas cínicas 
sobre corrupção.
Há, fora tudo, um caso cômico em seu prontuário. Passou à história política como o episódio do 
Dinheiro Voador. Está registrado assim no site Movimento Ficha Limpa.
“Cássio Cunha Lima ficou nacionalmente conhecido em 2006. No dia 27 de outubro de 2006, dois 
dias antes do segundo turno das eleições para seu segundo mandato como governador, alguns fiscais 
da Justiça Eleitoral foram verificar uma denúncia de distribuição de dinheiro para compra de votos 
no edifício Concorde, em João Pessoa, capital da Paraíba.
Na saída os fiscais foram informados por terceiros que diversos objetos foram arremessados da 
janela de uma das salas do edifício. Os fiscais checaram os objetos atirados pelos funcionários de 
Cássio Cunha Lima e apreenderam mais de R$ 305 mil, títulos eleitorais e diversas contas de água e 
luz pagas.”
Este o dinheiro voador. Com ele o nobre senador Cunha Lima estava comprando votos.
O processo contra Cunha Lima foi parar nele, Sérgio Moro. Adivinhe o que aconteceu: nada. O caso 
está parado desde 2012.
É um oligarca. Seu pai Ronaldo foi governador da Paraíba. Notabilizou-se por dar dois tiros num 
adversário político, Tarcísio Burity, por acusações de corrupção que este fez ao filho Cássio. Era 
deputado federal. Renunciou para não ser julgado pelo STF. Claro que as coisas estavam muito mais 
sob controle na justiça local. Jamais chegou a ser julgado.
A tentativa de homicídio foi em 1993. Catorze anos depois, o então ministro do STF Joaquim 
Barbosa se pronunciou sobre o assunto. “Esse homem manobrou e usou de todas as chicanas 
processuais por 14 anos para fugir do julgamento. O ato dele é um escárnio para com a Justiça 
brasileira em geral e para com o Supremo em particular. Ele tem direito de renunciar, mas é evidente 
a segunda intenção. O que ele fez foi impedir que a Justiça funcionasse.”
E no Senado, nesta quinta, o filho Cássio teve o descaro em falar de “procrastinação” do julgamento 
de Dilma.



Ronaldo Cunha Lima atirou num adversário que acusou o filho Cássio de corrupção e jamais foi 
julgado
A oligarquia continua. Na sessão desta quinta no Senado, Cássio fez merchandising de seu filho 
Pedro, deputado federal pela Paraíba. Na infame sessão da Câmara que abriu o golpe, Pedro 
desqualificou, lembrou o pai, os 54 milhões de votos recebidos por Dilma.
A oligarquia, como presumível, tem propriedades na mídia local — uma aberração. Parentes são 
colocados na administração. Em 2013, o site Observatório da Imprensa registrou que a rede 
Tamandaré de rádio e tevê é uma sociedade de Savigny Rodrigues da Cunha Lima e Silvana 
Medeiros da Cunha Lima.
Quando começou a campanha pela deposição de Dilma, ele logo foi alvo das luzes da mídia pelo tom 
vitriólico de seus pronunciamentos contra o governo.
Nenhum jornal, nenhuma revista — ninguém achou que era notícia o passado corrupto de um 
senador que falava tanto em corrupção.
A isso se dá o nome de jornalismo de guerra. Fosse petista, você pode imaginar como teria sido 
tratada a vida pretérita de Cássio Cunha Lima.
Gleisi Hoffmann resumiu com perfeição o julgamento no Senado. Quem tem autoridade moral para 
julgar Dilma?
Cássio Cunha Lima, um dos mais barulhentos golpistas, definitivamente não.
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