Tijolaço
Cariocas “velhos” não estranham.
Nossa grande imprensa é inimiga do Brasil, mas tem um “gostinho especial” quando pode ser fazer
Cariocas “velhos” não estranham.
Nossa grande imprensa é inimiga do Brasil, mas tem um “gostinho especial” quando pode ser fazer
suas campanhas de viralatice usando o Rio de Janeiro. A Globo, então, que se nutriu da força criativa
do carioca mas odeia o Rio com todas as suas forças, nem se fala
A estrangeira, com o combustível que nossos detratores locais lhes fornece abundantemente,
A estrangeira, com o combustível que nossos detratores locais lhes fornece abundantemente,
encarrega-se de traduzir os latidos em diversos idiomas.
Janio de Freitas registra hoje, na Folha:
Janio de Freitas registra hoje, na Folha:
A Olimpíada deixa um bom exemplo da situação do jornalismo nos jornais, dispensando discutir o
tão notório facciosismo político que deu substância e propagação à crise política, em especial à
derrubada de Dilma Rousseff. Por todo o período de organização dos Jogos e da cidade para recebê-
los, a campanha de desmoralização não deu trégua. Nenhuma obra ficaria pronta a tempo. O
resultado dos trabalhos de organização seria o caos. Os projetos de mobilidade estavam errados e
haveria problemas graves de transporte. O Brasil era incapaz de realizar a Olimpíada, e o Rio, muito
mais.
É óbvio que o Rio de Janeiro – como o Brasil – tem uma tonelada e meia de problemas, muito mais
graves agora com a crise econômica que, como o “imagina na Copa” e no “caos olímpico” também
recebeu pesadas doses do azedo fermento do pessimismo.
Houve gastos inúteis ou exagerados em algumas obras? Correu “algum” para mãos espertas?
Houve gastos inúteis ou exagerados em algumas obras? Correu “algum” para mãos espertas?
Cometeu-se arbitrariedades contra comunidades pobres a pretexto de “abrir espaços” às instalações
olímpicas? A resposta é, provavelmente, sim a todas estas questões, mas cabe esclarecer os pontos
opacos sem apagar o brilho do essencial: nosso país e sua mais emblemática cidade são capazes de
fazer o que qualquer país ou metrópole do mundo faz, tantas vezes com menos eficiência e quase
sempre sem a mesma alegria.
Aliás, vergonha mesmo quem fez foram os coxinhas gringos, com sua mentirosa papagaiada e aquela
Aliás, vergonha mesmo quem fez foram os coxinhas gringos, com sua mentirosa papagaiada e aquela
conterrânea deles no futebol que tirou fotos de “armadura” antimosquito, bem inspirados pela
“catástrofe” de insegurança e zika que a mídia anunciava.
Mesmo bem-intencionada, é uma tolice a história de que são os investimentos que se fez para a Copa
Mesmo bem-intencionada, é uma tolice a história de que são os investimentos que se fez para a Copa
e os Jogos causa – ao menos acessória – de nosso oceano de carências sociais. Dos 516 anos deste
país, não tenho notícias de que o meio século e tico sem grandes eventos tenha levado a progressos
sociais comparáveis aos que tivemos antes do “não vai ter Copa”.
É muito mais lúcida a reflexão de Antonio Prata:
Até o fato de a Olimpíada no Rio ter dado tão certo, apesar das nossas mais do que justificadas
É muito mais lúcida a reflexão de Antonio Prata:
Até o fato de a Olimpíada no Rio ter dado tão certo, apesar das nossas mais do que justificadas
expectativas, me traz sentimentos opostos. Meu lado otimista diz: viu só? Não somos destinados ao
fracasso, quando a gente quer fazer uma coisa direito, a gente vai lá e faz. Aí entra o lado pessimista:
o Brasil não é uma tragédia porque a gente não consegue resolver os problemas, ele é uma tragédia
porque a gente não quer resolvê-los.
Pois é.
O que trava mesmo o nosso futuro não é a festa, que nos torna tolerantes.
É o “não tem mais jeito”, que nos leva a um fatalismo triste ou, pior, à reação obtusa e selvagem do
Pois é.
O que trava mesmo o nosso futuro não é a festa, que nos torna tolerantes.
É o “não tem mais jeito”, que nos leva a um fatalismo triste ou, pior, à reação obtusa e selvagem do
“salve-se quem puder”.
PS. Posto abaixo o bom trabalho de reportagem de Giovanni Bello, da Folha, que foi ouvir as impressões dos turistas sobre o Rio, o Brasil, comparando o que liam àquilo que viram.
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