POR FERNANDO BRITO
Como no dia em que Joaquim Barbosa disse a Gilmar Mendes que ele não estava falando “com seus
capangas lá do Mato Grosso” no plenário do Supremo Tribunal Federal, a sessão do Senado Federal
tem de ser suspensa.
Só pode continuar por muita falta de vergonha, depois do episódio provocado, no microfone do
Só pode continuar por muita falta de vergonha, depois do episódio provocado, no microfone do
plenário, pelo senador Renan Calheiros, dizendo que Gleisi Hoffman não poderia falar que a Casa
“não tinha moral” para julgar a presidenta Dilma Rousseff, porque ele, ” o presidente do Senado
Federal conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e do seu esposo, que
havia sido feito pela Polícia Federal.”
Gleisi nega, mas ainda que seja verdade, é a confissão pública que Renan pressionou indevidamente
Gleisi nega, mas ainda que seja verdade, é a confissão pública que Renan pressionou indevidamente
o Supremo e que este aceitou a pressão e interferiu indevidamente num inquérito.
Confissão feita diante do presidente do STF, que presidia a sessão.
O que fez Renan só se diferencia daquilo que levou Delcídio do Amaral à prisão pro ser mais
O que fez Renan só se diferencia daquilo que levou Delcídio do Amaral à prisão pro ser mais
explícito e feito em público e diante de Lewandowski.
Gleisi dizer que o Senado não tem moral para julgar Dilma é uma opinião. Pode-se discordar dela,
Gleisi dizer que o Senado não tem moral para julgar Dilma é uma opinião. Pode-se discordar dela,
embora o fato de diversos senadores – o próprio Renan, Romero Jucá, Aécio Neves e Aloysio
Nunes, para ficar com os “graúdos” estão sendo investigados pelo recebimento de vantagens,
delatados – a maioria – mais de uma vez.
Já o que fez Renan é a confissão de um fato e um fato criminoso.
Como todos são mesmo imorais, vão continuar, fingindo que Renan não disse nada e prometendo
Como todos são mesmo imorais, vão continuar, fingindo que Renan não disse nada e prometendo
todos serem bons meninos e meninas, para que o julgamento ande rápido e não atrapalhe a viagem
de Michel Temer ao exterior.
Se o Senado não tinha moral para julgar a Presidenta da República, certamente agora não tem,
quando dentro dele, diante das câmaras de TV e do presidente do STF se confessa um crime e nada
acontece, a não ser servirem um copo d’água com açúcar a Renan Calheiros.
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