quinta-feira, 18 de agosto de 2016

JUIZ MORO JÁ ESTÁ NA MIRA DOS SINDICATOS PELO DESEMPREGO RECORDE


A guerra de Sergio Moro contra Lula será travada, nas próximas semanas, além do campo 
jurídico, onde o juiz paranaense tentará condená-lo e o ex-presidente tentará comprovar, no 
Brasil e na ONU, que é alvo de uma caçada ilegal; a partir de agora, sindicatos passarão a 
criticar abertamente Moro pelo extermínio de empregos; esse movimento começou ontem com 
os petroleiros, que o acusaram de ser o responsável por 1,5 milhão de demissões, e será 
encorpado por outras categorias, como metalúrgicos; grandes projetos de infraestrutura, como 
Angra 3 e o submarino naval, pararam desde o início da Lava Jato e as grandes construtoras 
brasileiras estão praticamente quebradas; só a Odebrecht já demitiu mais de 70 mil.

247 – Assim que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro chegarem ao fim, o juiz Sergio Moro dará 
sequência à Operação Lava Jato, preparando um de seus últimos capítulos: a eventual condenação do 
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o "chefe do petrolão", que teria sido favorecido pelas 
empreiteiras com reformas num sítio e num imóvel no litoral paulista.
Para isso, terá que, antes, superar questionamentos feitos pelo ex-presidente no Brasil e no exterior 
sobre a competência de Moro para julgar fatos ocorridos fora de sua jurisdição. Embora tenha se 
declarado competente para decidir sobre eventuais benefícios concedidos a Lula em Atibaia (SP) e 
no Guarujá (SP), novos recursos podem retardar uma eventual condenação por parte do juiz 
paranaense.
No entanto, também depois das Olimpíadas, essa disputa irá além do campo jurídico. Diversos 
sindicatos pretendem encorpar um novo discurso: o de que Moro seria o principal responsável pelo 
desemprego recorde no Brasil, que, no mês passado, superou a barreira de 11,4% – antes da crise 
política, o País chegou a viver, com Dilma, o "pleno emprego", com uma taxa de 5,5%.
Esse movimento começou com os petroleiros, que acusam Moro de exterminar 1,5 milhão de 
empregos na economia, a partir do efeito em cadeia da crise nos setores naval, de petróleo e de 
construção pesada (leia aqui). Nos próximos dias, esse movimento será também encorpado por 
outras categorias, como a dos metalúrgicos.
A senha para esse discurso foi dada pelo próprio ex-presidente Lula, que disse que seria possível 
combater a corrupção sem quebrar as empresas. Desde o início da Lava Jato, grandes grupos de 
engenharia, como OAS, Alusa e Galvão Engenharia, entraram em recuperação judicial. Só a 
Odebrecht demitiu mais de 70 mil pessoas.
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