quarta-feira, 24 de agosto de 2016

JOÃO PLENÁRIO CHAMA DE "CRETINOS" O MORO E OS ALMOFADINHAS DO MP


Agora que ele descobriu os cretinos

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta terça (23) que 
integrantes do Ministério Público Federal devem "calçar as sandálias da 
humildade". Classificou ainda de "cretino" quem criou proposta de combate à corrupção 
defendida pelo juiz Sergio Moro e pelo coordenador da Lava Jato no Paraná, procurador 
Deltan Dallagnol. "É aquela coisa de delírio. Veja as dez propostas que apresentaram. Uma 
delas diz que prova ilícita feita de boa fé deve ser validada. Quem faz uma proposta dessa não 
conhece nada de sistema, é um cretino absoluto. Cretino absoluto. Imagina que amanhã eu 
posso justificar a tortura porque eu fiz de boa fé", disse o ministro.(...)

O Governo Temer, ao contrário dos de Lula e Dilma, não indicou um ministro sequer para o 
Supremo.
Mas tem lá o seu líder, com mais poder que o presidente que sai, Ricardo Lewandowski, e 
muitíssimo mais do que a que entra, Carmem Lúcia.
Gilmar Mendes, que hoje deu o mais violento passa-fora nas pretensões da República de Curitiba de 
ir além de seu papel no script: derrubar Dilma, desmoralizar Lula e destruir a esquerda, PT à frente.
Chamou de “cretino absoluto” quem criou a proposta de “10 medidas contra a corrupção” defendidas 
por Sérgio Moro no Congresso, dias atrás, e pela turma de procuradores da Lava Jato, com o aval de 
Rodrigo Janot.
“Veja as dez propostas que apresentaram. Uma delas diz que prova ilícita feita de boa fé deve ser 
validada. Quem faz uma proposta dessa não conhece nada de sistema, é um cretino absoluto. Cretino 
absoluto. Imagina que amanhã eu posso justificar a tortura porque eu fiz de boa fé”
Partiu para cima, diretamente, do próprio Janot, ao desqualificar – com toda a razão, aliás – a sua 
decisão de interromper o processo de delação premiada da OAS, como se isso fosse resolver o 
problema do vazamento infamante contra Dias Tóffoli.
“Não entendo que seja o caso de suspender a delação ou prejudicar quem esteja disposto a contribuir 
com a Justiça. Eu acho que a investigação tem que ser em relação aos investigadores, porque esses 
vazamentos têm sido muito comuns, é uma prática bastante constante, e eu acho que é um caso típico 
de abuso de autoridade e isso precisa ser examinado com toda cautela.”
Cobrou também o resultado de investigações sobre os vazamentos de delações. Claro que não as que 
envolveram Lula, mas as que mencionaram Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney.
“As investigações sobre aquele episódio da prisão preventiva. Onde elas estão? Há quanto tempo? Já 
houve alguma conclusão? Foi pedido. Então, isso precisa ser esclarecido”
Enquanto isso, os ministros indicados pelos governos petistas dedicam-se com afinco a verificar se 
as firmas foram reconhecidas, os prazos certificados e as folhas numeradas com exatidão no 
processo de afastamento de Dilma Rousseff.
E discretamente, torcem para que Gilmar faça picadinho de Moro e do MP e que os preserve como 
as autoridades que abriram mão de ser.
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Em tempo: Gilmar também criticou a suspensão das tentativas de acordo de delação premiada com 
ex-executivos da OAS. O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, tomou essa decisão após 
vazamento de informações confidenciais.
"E as investigações do vazamento daquelas prisões preventivas, onde estão? Já houve conclusão? O 
resumo da ópera é: você não combate crime cometendo crime. Ninguém pode se achar o "o" do 
borogodó. Cada um vai ter seu tamanho no final da história. Um pouco mais de modéstia, calcem as 
sandálias da humildade", disse o ministro.

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