terça-feira, 2 de agosto de 2016

DITADURA: ASSESSOR DE TEORI QUE ASSINOU MANIFESTO PRÓ-LULA É EXONERADO


“Ele pediu exoneração e eu aceitei”, diz Teori sobre assessor que assinou manifesto a favor de 
Lula.

Do BOL: O assessor de Teori Zavascki que assinou manifesto enviado ao STF em apoio a Lula, 
Manoel Volkmer Castilhos, pediu exoneração do cargo. Teori aceitou.

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), 
decidiu exonerar o assessor Manoel Lauro Volkmer de Castilho, que assinou um manifesto em apoio 
ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento foi entregue nesta segunda-feira, 1, ao 
presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e defendia a decisão dos advogados de Lula de recorrer à 
Organização das Nações Unidas (ONU) contra o juiz Sérgio Moro.
Segundo Teori, foi Castilho quem pediu exoneração “para evitar constrangimento”. “Ele pediu 
exoneração e eu aceitei. O conteúdo do documento pode aparentemente fazer com que se façam 
leituras incompatíveis. Ele percebeu isso e tomou a iniciativa”, disse.
O ministro fez uma série de elogios ao assessor, disse que eram amigos desde a época da faculdade, 
mas que diante do gesto político que decidiu adotar, a saída dele do cargo seria a melhor a solução. 
“Ele vai me fazer muita falta. Mas para todos os efeitos, o importante não é só ser, mas também 
parecer. Não pode parecer que, num gabinete que trata de questões criminais importantes, possa 
haver qualquer dúvida a respeito da isenção”, disse.
Teori disse ainda que Castilho não trabalhava na área criminal, ou seja, não era responsável pelos 
processos da Operação Lava Jato. Ele ocupava um cargo comissionado de assessor técnico no 
gabinete do ministro desde novembro de 2014. Desembargador aposentado do Tribunal Regional 
Federal (TRF) da 4ª Região, ele é casado com a vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko.
O texto, assinado por mais de 60 procuradores, professores e advogados, afirmava que Lula era “alvo 
das elites e da oligarquia”, que “inconformadas com a ascensão da esquerda ao poder” iniciaram uma 
“verdadeira caçada ao petista com o apoio da grande mídia”.
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O SIGNIFICADO

A inclusão de um assessor de Teori Zavascki entre os signatários de um manifesto de jurista em
apoio à decisão de Lula de recorrer — pedir socorro é a expressão mais adequada — à ONU. Manoel
Lauro Volkmer de Castilho é o nome. Clap, clap, clap. De pé.
Lula fez, com atraso, o que deveria ter realizado há muito tempo.
Ele é vítima de uma brutal perseguição da plutocracia, encabeçada pela Globo e por Moro com sua 
Lava Jato.
Brutal, indecente, descarada, vergonhosa: são muitos os adjetivos, todos eles negativos, com os quais 
você pode designar a caça a Lula.
E a plutocracia teve o desplante de acusar Lula de desmoralizar a Justiça brasileira no mundo.
Ora, ora, ora.
A Justiça brasileira vem-se impondo um formidável processo de autodesmoralização. Lula é vítima 
dela e deste processo.
Seu crime: ser nordestino, não ter diploma universitário, ser amado pelos pobres, falar a língua dos 
excluídos e, sobretudo, trabalhar por eles.
É o oposto, para ficar numa comparação eloquente, de FHC, o fâmulo dos plutocratas, o corrupto 
que comprou votos para se reeleger e durante oito anos governou para os poderosos, a começar pela 
Globo.
A plutocracia faz horrores no Brasil para manter suas mamatas e privilégios, mas parece sentir 
vergonha quando suas práticas são levadas ao mundo.
No próprio Brasil, está tudo dominado. As grandes comporações da mídia plutocrata controlam o 
noticiário (não mais como antes, é certo, com o avanço explosivo da internet).
Mas no cenário internacional nem Globo nem ninguém na imprensa tem o menor peso e a menor 
influência.
É para lá que a esquerda deve se dirigir no chamado duelo das narrativas. Golpe virou golpe em todo 
o mundo, desde que o jornalista Glenn Greenwald, americano radicado no Brasil, deu uma entrevista 
à CNN desfazendo a farsa da “legalidade”.
E a perseguição a Lula ganhou ares internacionais também, desde que ele apelou para a ONU. O 
recurso, segundo contas dos advogados de Lula, foi notícia em quase 50 país.
Isso quer dizer: o mundo sabe quem é Moro. Quais são suas armas sujas, como gravar conversas de 
Lula e Dilma e depois vazá-las para a cúmplice Globo.
Se Moro estivesse preocupado com sua reputação de juiz sério não tiraria fotos abraçado com os 
irmãos Marinhos e João Dória em eventos da plutocracia. Não compareceria, alegremente 
deslumbrado, ao lançamento de um livro de um jornalista da Globo em que é santificado e Lula 
demonizado. Não teria vazado ações da Lava Jato para que a mídia transformasse tudo num circo 
para desestabilizar Dilma e destruir o PT. Não teria forçado Lula a um depoimento sem base legal 
nenhuma, numa aparente tentativa de prendê-lo que só não foi adiante graças à reação dos lulistas.
Essas coisas, sim, desmoralizam a Justiça. Podem deslumbrar imbecis que pedem a volta dos 
militares, e que usam máscaras de Moro em protestos descerebrados, mas não merecem ser levadas a 
sério.
Uma luz pode fazer diferença. A adesão de um assessor de Teori ao oportuníssimo documento de 
juristas de apoio à ida de Lula à ONU é uma luz.
No meio das trevas jurídicas em que vivemos, é um avanço.
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