Reportagem do jornal El País do Uruguai, o maior no país, noticia que o chanceler Rodolfo
Nin Novoa acusa o ministro interino das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, de ter
tentado comprar o voto do Uruguai no Mercosul para suspender a presidência da Venezuela no
bloco; a promessa do tucano, em troca do voto, teria sido levar o Uruguai isoladamente em
tratativas de acordos comerciais do Brasil na África e no Irã; acompanhado de FHC, Serra
viajou ao país vizinho no início de julho para tentar convencer o governo de Tabaré Vázquez a
se posicionar contra a Venezuela, algo que não aconteceu; a atitude "chateou muito" Vázquez
e "bastante" o chanceler, disse Nin Novoa em uma comissão de deputados no último dia 10.
247 – Notas taquigráficas de uma comissão de deputados obtidas pelo jornal El País do Uruguai, o
mais importante no país, apontam acusações feitas pelo chanceler uruguaio Rodolfo Nin Novoa de
que o ministro interino das Relações Exteriores, José Serra, tentou comprar o voto do Uruguai no
Mercosul para se posicionar contra a Venezuela.
"Nós não gostamos muito que o chanceler (José) Serra veio ao Uruguai para nos dizer – disse em
"Nós não gostamos muito que o chanceler (José) Serra veio ao Uruguai para nos dizer – disse em
público, é por isso que lhes digo – que veio com a alegação de que a transferência [da presidência do
Mercosul] deve ser suspensa e que, além disso, se fosse suspensa, nos levariam em suas negociações
com outros países, como querendo comprar o voto do Uruguai", declarou o chanceler uruguaio.
Acompanhado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra viajou ao Uruguai no dia 5 de
julho, onde se encontrou com o presidente Tabaré Vázquez e teria como função principal convencer
o governo vizinho a se opor à presidência da Venezuela no Mercosul, algo que não aconteceu. Os
uruguaios disseram que era preciso seguir as regras (relembre aqui).
Segundo disse o chanceler uruguaio na comissão que ocorreu no país no último dia 10 a promessa de
Serra em troca do voto teria sido levar o Uruguai isoladamente em tratativas de acordos comerciais
do Brasil na África e no Irã. A atitude do governo brasileiro "chateou muito" Vázquez e "bastante"
ele próprio, afirmou Nin Novoa.
Nin Novoa voltou a declarar, no encontro com os deputados, que o Uruguai entende que a
"Venezuela é o legítimo ocupante da presidência pro tempore e, por isso, quando convocar uma
reunião, o governo uruguaio comparecerá". "O Uruguai vai estar presente [nos encontros do
Mercosul]. Se os outros não vão, será uma responsabilidade deles", completou. Paraguai e Argentina
estão do lado do governo Temer contra a Venezuela.
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