quarta-feira, 6 de julho de 2016

Temer retira urgência de lei anticorrupção. Poder é o que interessa, o resto não tem pressa



Por Fernando Brito, Tijolaço

Não tem sentido chamar Michel Temer de hipócrita.
Não é mais a palavra certa, antes de completar dois meses, merece outra definição: descarado.
A decisão de retirar a urgência legislativa do pacote de medidas moralizadoras enviado por Dilma à 
Câmara – criminalização do caixa dois de campanha ou de atividades partidárias, alteração do 
Código Penal para tornar indisponíveis recursos de origem ilícita e a tipificação de enriquecimento 
de servidores públicos sem comprovação da origem do patrimônio como crime – não merece outro 
nome.
Sem urgência, os projetos, na prática, morrem, porque ficam sujeitos a rolar e rolar sem data de 
decisão pelas comissões da Câmara. Quando e como chegarão à decisão de plenário, só Deus sabe.
Será que os engravatadinhos do Ministério Público agora viram quem se dispunha atrabalhar para 
limpar a crônica corrupção ?
Será que a turma da Avenida Paulista viu nas mãos de quem entregou o país?
Já viram e mesmo os mais tolos não podem ter deixado de constatar depois do circo da votação da 
autorização do processo do impeachment, sob a batuta do honestíssimo Eduardo Cunha.
É verdade que muitos estão calados e que o que sobrou foram apenas os núcleos fascistoides.
Mas está evidente que a corrupção era apenas o discurso fácil.
Mais do que Temer, um oportunista de terceira categoria, vaidoso, fútil e que acha que a política é a 
arte da esperteza, são eles que merecem o nome de hipócritas.
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