quarta-feira, 6 de julho de 2016

DIRETOR DA FIESP DÁ VEXAME AO DEFENDER O GOLPE NA EUROPA


Zanotto, diretor da Fiesp Em palestra em Viena, comparou Dilma a Al Capone e surtou com 
perguntas da plateia

por : Kiko Nogueira

A vida lá fora, definitivamente, não anda fácil para os advogados do impeachment.
Fernando Henrique Cardoso foi atropelado na Al Jazeera. Agora é a vez de um diretor da Fiesp ser 
desmoralizado pateticamente.
Thomaz Zanotto, chefe do Departamento de Relações Internacionais e Comércio, Derex, esteve em 
Viena no dia 27 de junho, palestrando na sede da Câmera de Comércio da Áustria.
Foi “vender o Brasil”, como gostam os marqueteiros. Uma terra de oportunidades. Vamos todos nos 
dar bem. Vem ni mim que eu tô facim. O novo governo Temer é nossa porta para a modernidade.
Zanotto contava que a plateia fosse formada por aborígines dispostos a comprar seus espelhinhos. 
Não era.
Sua apresentação em power point está no site da entidade. De acordo com a boa descrição do vídeo 
postado no YouTube, que você assiste abaixo, ele já começou mal.
“Vocês têm que pensar em Al Capone. Ele não foi preso por causa dos assassinatos e crimes que 
cometeu, mas por causa de evasão fiscal. É a mesma coisa com Dilma Roussef. O impeachment é 
por causa de pedaladas fiscais”.
(Quem deu a ele mandato para se referir deste modo ao Brasil na Europa? Onde isso seria normal e 
aceitável?)
Zanotto não resistiu às perguntas da audiência e foi ficando nervoso. Repetia incessantemente o 
mantra: “Nós estamos seguindo a Constituição”.
O golpe de misericórdia aconteceu quando uma mulher perguntou a Zanotto “que tipo de garantias 
ele poderia dar a uma empresa num país que não respeita suas leis”.
Sua saída foi um piti estranhíssimo sobre as desgraças da “economia ideologizada” — como se a 
Fiesp fosse uma cantina italiana ou um ovo de dinossauro.
Há um outro problema para esse pessoal: assim como no caso da entrevista de FHC ao jornalista 
britânico Mehdi Hasan, existe uma outra barreira, além da farsa jurídica do impeachment em si, para 
esse pessoal emplacar sua tese no exterior: a língua.
Eles falam mal inglês. Bem pior do que eles mesmos pensam, o que é o erro fatal do monoglota. 
Quando confrontados, o resultado é um desastre.
Einstein definiu a loucura como o ato de fazer sempre a mesma coisa esperando resultados 
diferentes. Caído por terra o conto das pedaladas, a estratégia virou a seguinte: gritar “Não é golpe!” 
o máximo possível de vezes, eventualmente tapando os ouvidos com as mãos. Por enquanto tem 
dado espetacularmente errado, mas vai que hora dessas um maluco acredita nisso.

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