Jornal GGN - Sem estar investido no cargo de presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha
(PMDB) deixa de ter suas ações apreciadas pelos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal e passa
a ser julgado pela 2ª Turma da Corte, onde há cinco magistrados, presididos por Gilmar Mendes.
Nesta quinta (7), após renunciar à presidência da Casa para tentar salvar o próprio mandato, Cunha
aumentou suas chances de defesa na Suprema Corte contra as denúncias da Lava Jato. Isso porque,
na 2ª Turma, basta que um ministro se ausente durante uma sessão e outros dois votem a favor de
Cunha para que ele seja beneficiado nas decisões tomadas.
Fazem parte da segunda turma do STF os ministros Carmem Lúcia, Celso de Mello, Teori Zavascki
e Dias Toffoli, além de Gilmar.
Toffoli é membro do colegiado após Gilmar articular a transferência de um ministro da 1ª Turma
para ocupar a vaga aberta pela ausência de Joaquim Barbosa. À época, Dilma Rousseff ainda não
havia indicado o substituto de Barbosa e, dessa maneira, Gilmar, pôde alegar que a 2ª Turma estava
sobrecarregada. O ministro Edson Fachin preencheu o lugar de Toffoli.
Marcelo Auler
A renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara não deve ser vista apenas como uma
A renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara não deve ser vista apenas como uma
“jogada” para salvar o mandato parlamentar dele, o que parece óbvio a todos. Mas, ela pode
esconder uma aposta muito mais forte, a da absolvição do parlamentar nos processos criminais que
ele responde.
Esta possibilidade foi apontada aqui, em 22 de abril, na matéria STF cruza os braços e Cunha pode
estar armando sua absolvição, Na época parecia loucura falar em renúncia do então todo poderoso
Eduardo Cunha. Sequer Dilma Rousseff tinha sido apeada do cargo pelo golpe do impeachment. No
entanto, aqui aventamos a possibilidade que, ao que parece, começa a se concretizar.
Vale lembrar, ele joga com a absolvição dos crimes que cometeu. Para isso, tem que continuar
Vale lembrar, ele joga com a absolvição dos crimes que cometeu. Para isso, tem que continuar
deputado, sendo julgado não mais no plenário do Supremo Tribunal Federal, mas na segunda turma
daquela corte, hoje presidida por Gilmar Mendes.
Basta ver o roteiro que está sendo seguido. Na quinta-feira (07/07), na mesma tarde em que Eduardo
Basta ver o roteiro que está sendo seguido. Na quinta-feira (07/07), na mesma tarde em que Eduardo
Cunha com lágrimas nos olhos, que não convenceram a ninguém, anunciava a renúncia ao cargo de
presidente da Câmara, Fernando Brito, no Tijolaço, respaldado em reportagem de O Globo, expunha
que era uma jogada armada com o vice-presidente que exerce interinamente a presidência após o
golpe, Michel Temer. Consta do blog dele, na matéria Temer fez acordo para preservar mandato de
Eduardo Cunha, diz O Globo:
“O insuspeito jornal O Globo publica, neste momento, como manchete:
O acordo que possibilitou a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à
“O insuspeito jornal O Globo publica, neste momento, como manchete:
O acordo que possibilitou a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à
presidência da Câmara consistiu em lhe dar uma sobrevida ao fazer com que seu processo retorne ao
Conselho de Ética. Em uma articulação da qual participaram o presidente interino, Michel Temer, o
presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Osmar Serraglio (PMDB-PR), além de
outros parlamentares do PMDB e de partidos da base, ficou decidido que, em troca da renúncia, o
processo de cassação do mandato do qual Cunha é alvo será devolvido, de ofício, ao Conselho.
Trocando em miúdos, o presidente da República em exercício é cúmplice direto da tentativa de
salvar o mandato de um ladrão, o ladrão que lhe deu, com a montagem da votação que abriu o
processo de impeachment, a cadeira do Palácio do Planalto”.
EM TEMPO
Na semana passada, Gilmar divulgou um café que ofereceu apenas a aliados do presidente interino
Na semana passada, Gilmar divulgou um café que ofereceu apenas a aliados do presidente interino
Michel Temer. Compareceram figuras como Romero Jucá e Renan Calheiros. De lá, saiu uma
demanda de Gilmar para o Senado: aprovar um projeto de lei para punir casos de abuso de
autoridades.
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