sexta-feira, 29 de julho de 2016

A REDE LANÇA O 1º CANDIDATO INDEPENDENTE DA HISTÓRIA DE SÂO PAULO


O hacker e ativista pelos dados abertos e transparência na política Pedro Markun

A Rede Sustentabilidade, que nesta quinta-feira, 28, anunciou 
candidatura do vereador Ricardo Young a prefeito de São 
Paulo, pode ser acusada de tudo, menos de falta de 
originalidade.

Por Jose Cassio, DCM -

O partido, criado há 10 meses e que tem Marina Silva como seu principal quadropolítico, inova em 
diversas frentes: na elaboração do programa de governo, sistematizado em processos para identificar 
temas, conectar pessoas e gerar compartilhamento de informações; na tese de utilização de mídias 
digitais baseada em pesquisas que mostram que uma parcela significativa da população, 
principalmente os jovens, não assiste mais a TV; e no lançamento da primeira candidatura cívica e 
independente a um cargo de vereador na capital.
O hacker e ativista pelos dados abertos e transparência na política, Pedro Markun, filou-se à Rede, 
por formalidade legal, mas, se eleito, conforme o estatuto não precisaseguir as orientações da 
liderança nem devolver o cargo se optar por deixar o partido no exercício do mandato.
“Buscamos a inovação”, discursou Marina Silva, defendendo que um dos ideias da Rede é quebrar o 
monopólio partidário e possibilitar a “horizontalidade” no modelo de gestão pública.”Essa é a nossa 
contribuição para a nova política”.
Ricardo Young, que terá a ativista Carlota Mingolla como vice, terá pouquíssimo tempode TV, mas 
isso não o impediu de apostar na chapa pura.
“Se queremos mostrar que é possível ser diferente, temos de fazer a nossa parte”, disse ele. O 
vereador criticou o modelo de política de coalizão, em que o prefeito busca a maioria na Câmara por 
meio do loteamento da máquina.
“É um sistema administrativo estéril que paralisa a cidade”, diz o vereador. “Por defenderem seus 
próprios interesses, esses nichos de poder não se conversam e quem paga é a população”.
Ele defende que vereadores só ocupem cargos no Executivo caso optem pela renúncia do mandato.
“No meu governo nenhum vereador será convidado para ser secretário”, diz ele, que também aposta 
num modelo de indicação dos subprefeitos pelas comunidades dos bairros.
O partido vai lançar 16 candidatos a vereador.
Na convenção, que aconteceu na Câmara municipal, todos tiveram a oportunidade de falar. Num 
indício de que o partido não buscou medalhões e está mesmo apostando em gente nova, nenhum fez 
qualquer menção a Marina Silva ou ao próprio Young.
Cada candidato falou um pouco de si e deu sua opinião sobre a cidade e o que espera defender na 
campanha. Não se ouviu conversa furada sobre corrupção, tampouco teses que toda hora a gente vê 
nas bocas dos moralistas falsos.
“O dna da Rede não é botar foco naquilo que se quer destruir, e sim no que acreditamos ser possível 
fazer para melhorar as coisas”, disse Marina. Ela chegou a elogiar o ex-presidente Lula quando citou 
que ele bancou uma “agenda positiva” durante o seu primeiro mandato – abraçou teses 
macroeconômicas herdadas do governo anterior e projetos de organizações sociais como o bolsa 
família e outros na área do meio ambiente.
“A política perdeu a sua capacidade prospectiva”, definiu a candidata que na última eleição 
presidencial teve mais de 22 milhões de votos. “O momento é de buscar novos arranjos, assimilando 
aquilo que é bom e atuando para descontinuar o que for ruim”.
Num ambiente em que partidos pequenos entregam as calças e as cuecas em troca de apoio político – 
são os casos, inclusive contestados pelo ministério público, do PV e do PP na coligação do tucano 
João Doria, para ficar em apenas dois exemplos -, a Rede nasce emitindo sinal de independência e 
dignidade.
Goste-se ou não de Marina, ou de Ricardo Young, é salutar que nem todos optem sempre pelo 
caminho mais fácil.
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