quinta-feira, 30 de junho de 2016

JANAINA, INEPTA E ESCRACHADA


Inepta

por : Paulo Nogueira

Janaína Paschoal não é apenas desequilibrada e reacionária. Ela é também inepta.
A peça de acusação contra Dilma, centrada nas chamadas pedaladas, se revelou uma portentosa 
miséria. O PSDB poderia pedir de volta os 45 mil reais que pagou a ela.
Sequer golpistas levam agora a sério o trabalho de Janaína. Isso ficou especialmente claro quando a 
senadora Rose de Freitas, líder do governo Temer no Congresso, negou as pedaladas atribuídas a 
Dilma.
Antes dela, o ministro Gilmar Mendes, o conhecido Toga Falante, dissera uma coisa parecida numa 
viagem à Suécia. Um estudo do Senado desmentiu também as pedaladas. Diante das novas 
circunstâncias, um juiz do TCU que falava horrores das alegadas pedaladas de Dilma voltou atrás e 
agora diz que elas não são importantes.
Vê-se agora que o PSDB aceitou qualquer coisa para iniciar o processo de impeachment. Não houve 
sequer o cuidado de preservar as aparências. A intenção de lesar a democracia era a única motivação 
dos golpistas.
Não fosse isso, alguém entre os tucanos teria verificado o conteúdo do projeto apresentado por 
Janaína e devolvido. Faça algo melhor, teriam dito a ela.
A peça de Janaína simboliza a esculhambação generalizada que é o golpe de 2016. Nem as 
aparências foram preservadas.
O golpe é, a esta altura, uma piada.
Até as marchas “contra a corrupção” não resistem a um olhar retrospectivo. Corruptos que 
participaram das manifestações acabaram presos em quantidade copiosa por roubalheiras variadas.
Políticos que apoiaram ostensivamente os protestos estão enredados até o pescoço na Lava Jato. O 
exemplo mais vistoso é o de Aécio Neves. Quem não se lembra dos vídeos convocatórios que ele 
gravou antes que viessem à luz, pelos delatores, seus esquemas?
Num caso recente, um picareta que fraudou a Lei Rouanet para lucrar com casamentos era um 
implacável militante anticorrupção que clamava nas redes sociais a morte de Lula, o “Nove Dedos”.
O projeto de Janaína, repito, simboliza a palhaçada. A única coisa que rivaliza com ele é a sessão da 
Câmara que admitiu o impeachment, sob o comando de Eduardo Cunha.
Cunha, em si, é outro elemento cômico na trama. Jamais serão esquecidas suas declarações de 
inocência mesmo diante de provas esmagadoras. Era como se ele estivesse gritando indignado aos 
brasileiros: “Vocês vão acreditar nos suíços ou em mim?”
Mas a pedra fundamental do golpe paraguaio é mesmo o parecer de Janaína. Ela pretendeu 
incriminar Dilma, mas acabou atirando contra si própria. Hoje, é vista como uma jurista 
incompetente — e careira. Dificilmente alguém lhe encomendará um novo trabalho por 45 mil reais.





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