sábado, 25 de junho de 2016

EXCLUSIVO: TABELA MOSTRA ACORDOS DE SENADORES PARA MUDAR VOTO NO IMPEACHMENT


Planilha obtida pelo DCM traz negociações de parlamentares que apoiariam novas eleições

por : Kiko Nogueira

O DCM obteve uma tabela de monitoramento dos votos do impeachment no Senado.
Ela foi feita na Casa e tem sido usada para medir o humor dos parlamentares que poderiam barrar o
impedimento.
A fonte que nos enviou acredita que a planilha serve para mostrar que a ideia de novas eleições, 
defendida por Dilma, não será determinante no resultado porque “o que está em jogo são outros 
interesses”.
Um exemplo citado como símbolo desse fisiologismo invencível é o do senador Cristóvam Buarque, 
que se declarou publicamente arrependido um dia depois de votar pelo afastamento de Dilma.
Quem “imaginava coisas como estas que se viu nas gravações?”, escreveu no Twitter, referindo-se 
aos grampos de Sérgio Machado.
Encontrou-se na sequência com Dilma. “Serviu pelo menos para uma coisa: para mostrar que não há 
golpe. Porque fui recebido por ela no Palácio da Alvorada. Até o cafezinho estava quente”, disse ele, 
que se disse “disposto a conversar com todos os lados” — e é o que tem feito.
Reproduzo o email que recebi:
Um dos principais argumentos daqueles que defendem que a presidenta Dilma Rousseff se 
comprometa a apoiar a convocação de um plebiscito sobre a antecipação da eleição presidencial é a
adesão que ganhou a PEC 20/2016, que trata do tema.
Essa PEC foi apresentada em abril pelo então senador Walter Pinheiro (sem partido-BA), licenciado 
para ocupar a secretaria de educação do governo da Bahia, e foi subscrita por 29 nomes.
O raciocínio é simples: se Dilma assumir essa proposta, pelo menos 30 senadores votarão contra o 
impeachment. São necessários 27 votos para que a presidenta eleita volte ao governo. Roberto 
Requião, por exemplo, é um dos entusiastas da proposta e sempre que se refere à votação afirma que 
30 senadores votarão contra o impeachment caso a presidenta eleita anuncie apoio ao plebiscito.
Ao analisar a movimentação dos senadores que subscreveram a PEC, que garantiriam um patamar 
mínimo de votos contra o impeachment, o que se observa é que a maior parte deles está no balcão de 
negócios do governo golpista de Michel Temer, embora parte mantenha interlocução com 
interlocutores da presidenta Dilma.
Essas conversas, embora poucos admitam em público, mas admitam nos corredores do Senado, 
giram em torno do que ganharão caso votem contra o impeachment. Parte desses mesmos 
parlamentares mantêm conversas com Temer e muitos deles já contemplaram parte das suas 
demandas.
Na tabela abaixo, está a lista dos senadores que subscreveram a PEC 20/2016. Na segunda coluna, 
estão os 13 senadores mais ideológicos com compromisso com a esquerda, que votarão contra o 
impeachment de qualquer maneira.
Na terceira coluna, estão os senadores de centro e direita. Ao lado, o que cada um está negociando. A 
saber, nela estão três senadores que, no momento em que o projeto foi apresentado, não exerciam o 
cargo (Kátia Abreu e Armando Monteiro Neto, então ministros, e Roberto Muniz, suplente de 
Pinheiro).
A conclusão a que chegamos é que, independentemente da proposta de antecipação da eleição, o que 
está em jogo são outros interesses. A questão de apoiar — ou não — uma nova eleição não será um 
fator determinante no resultado final da votação.


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