quarta-feira, 30 de março de 2016

MORO, TADINHO, PEDE DESCULPAS AO STF ..... QUE SÓ PODERIAM SER SINCERAS SE DIRIGIDAS AOS GRAMPEADOS E NÃO AO STF


“Foi mal aê”...... Ou Sérgio Moro acha que os ministros do STF e os conselheiros do Conselho 
Nacional de Justiça são idiotas ou está convencido que as pressões da mídia que o tornam 
invulnerável os farão aceitar a posição de idiotas. A nomeação de Lula era pública e notória e 
se obstrução á Justiça houvesse neste ato ela seria não dele, mas da Presidenta da República. E, 
portanto, de avaliação exclusiva do STF. Será que vão dizer: “tá bom, Serginho, da próxima 
vez você não faz assim tá? Ai,ai,ai…”

por Kiko Nogueira 

Em circunstâncias normais, seria difícil julgar a sinceridade do pedido de desculpas de Sérgio Moro
por ter vazado os grampos das conversas entre Lula e Dilma.
Mas qualquer dúvida sobre sua verdadeira intenção cai por terra quando se leva em conta que o 
perdão não foi requisitado aos principais atingidos pela operação, mas ao STF.
Se não é cinismo, pode chamar de, no mínimo, sabujice. Em ofício ao Supremo, ele pede 
“respeitosas escusas” à corte por ter liberado o conteúdos das escutas telefônicas. Não detalhou que 
foi para a Globo, sua parceira fiel.
“O levantamento do sigilo não teve por objetivo gerar fato político-partidário, polêmicas ou 
conflitos, algo estranho à função jurisdicional, mas, atendendo o requerimento do MPF, dar 
publicidade ao processo e especialmente a condutas relevantes do ponto de vista jurídico e criminal 
do investigado ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que podem eventualmente caracterizar 
obstrução à Justiça ou tentativas de obstrução à Justiça”, escreveu o homem que estrelou eventos de 
João Doria, do PSDB.
“Ainda que este julgador tenha se equivocado em seu entendimento jurídico e admito, à luz da 
controvérsia então instaurada que isso pode ter ocorrido, jamais, porém, foi a intenção desse 
julgador”.
Parece confuso e é confuso. Em sua opinião, ele “tem, em seu entendimento, agido, em geral, com 
cautela e prudência”.
Se cautela e prudência é mandar para a “imprensa simpatizante” — como o próprio definiu no ensaio 
sobre a Mãos Limpas — absolutamente qualquer documento da Lava Jato, é de se pensar como seria 
se ele fosse precipitado e imprudente. Moro não passaria naquela clássica pergunta de emprego sobre 
como o sujeito se enxerga.
Na próxima quinta, o STF vai decidir se o juiz continuará na condução dos inquéritos contra Lula. O 
bom menino tenta agradar a chefia.
Em “Além do Bem e do Mal”, Nietzsche, o compositor baiano favorito dos promotores de São 
Paulo, escreveu o seguinte: “Eu fiz isso, diz minha memória. Eu não posso ter feito isso, diz meu 
orgulho, e permanece inflexível. Por fim, a memória cede”.
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