Luis Nassif
No ano passado, o Procurador do Ministério Público Federal de Goiás entrou com uma representação
contra a publicidade do governo na Copa do Mundo. O mesmo Procurador entrou com medida
exigindo que o Itamaraty investigasse informações de que a Venezuela estaria cooptando crianças
brasileiras para trabalhos de propaganda política. O que motivou o Procurador foi um trabalho do
governo da Venezuela na Vila Brasil, subúrbio de Caracas. Expôs o Ministério Público Federal a
galhofa de jornais do mundo inteiro.
Agora outro Procurador de Goiás exigiu a suspensão imediata do comercial do governo sobre as
Agora outro Procurador de Goiás exigiu a suspensão imediata do comercial do governo sobre as
Olimpíadas. A razão apresentada é que campanha se presta a desinformar os brasileiros sobre a
"verdade" e estimular no "inconsciente coletivo" um sentimento favorável à Olimpíada e à presidente
Dilma Rousseff.
Para quem quiser avaliar o nível do comercial: http://bit.ly/1SKN1jo.
A mesma tolice repetida no mesmo local, denotando que falta ao MPF o primeiro e mais importante
Para quem quiser avaliar o nível do comercial: http://bit.ly/1SKN1jo.
A mesma tolice repetida no mesmo local, denotando que falta ao MPF o primeiro e mais importante
fator de contenção de abusos: a rejeição da corporação a atos que deponham contra o órgão.
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No Tribunal de Contas da União, um Procurador do Ministério Público de Contas resolveu
No Tribunal de Contas da União, um Procurador do Ministério Público de Contas resolveu
questionar a Controladoria Geral da União e a Advocacia Geral da União pelo fato da Medida
Provisória sobre acordos de leniência ter cometido o “flagrante descumprimento das disposições da
Instrução Normativa 74/2015”.
Ou seja, confrontou a Presidente da República quando, no uso de suas atribuições constitucionais,
editou uma Medida Provisória, porque, segundo ele, iria contra uma mera Instrução Normativa do
TCU.
Qual o poder dessa pretensa autoridade jurídica? Ter acesso ao Jornal Nacional, da Globo.
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Em Curitiba, a Polícia Federal solicita ao juiz Sérgio Moro o desmembramento de um inquérito
Qual o poder dessa pretensa autoridade jurídica? Ter acesso ao Jornal Nacional, da Globo.
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Em Curitiba, a Polícia Federal solicita ao juiz Sérgio Moro o desmembramento de um inquérito
sobre o tal sítio de Atibaia. E solicita expressamente que tudo seja mantido em sigilo para não
prejudicar as investigações. No despacho, o juiz reitera a necessidade do sigilo. Alguns dias depois, o
próprio juiz Moro publica a sentença sobre o inquérito, quebrando o sigilo. Diz que foi um ato
involuntário. Mas, já que quebrou o sigilo, quebrado está e toca a dar publicidade a tudo.
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Não se para nisso.
Advogados que ousam questionar as decisões da Lava Jato, do juiz, da Polícia Federal ou do
Não se para nisso.
Advogados que ousam questionar as decisões da Lava Jato, do juiz, da Polícia Federal ou do
Ministério Público, têm sido submetidos a verdadeiros assassinatos de reputação por órgãos de mídia
que integram a organização policial-midiática da Lava Jato.
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Independentemente de preferências político-partidária de quem quer que seja, o país está submetido
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Independentemente de preferências político-partidária de quem quer que seja, o país está submetido
a um processo de subversão de valores e de funções poucas vezes visto. Perdeu-se a noção da lei e
dos ritos jurídicos. Invocando um fantasma bolivariano, sempre levantando por esse pessoal, na
verdade Venezuela é aqui!
À medida em que o Procurador Geral da República Rodrigo Janot sancionou a parceria midiática da
Lava Jato com a imprensa, abriu uma verdadeira Caixa de Pandora. Hoje em dia, qualquer jovem
procurador, atrás de notoriedade, monta uma parceria com um jovem repórter, também atrás de
notoriedade, e provoca um fato jurídico.
Devido ao fato de ser PGR pelo voto direto da categoria, o Procurador Geral não ousa definir limites
Devido ao fato de ser PGR pelo voto direto da categoria, o Procurador Geral não ousa definir limites
para esse uso abusivo da imprensa.
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A diferença entre um país moderno e uma república de bananas está na capacidade de, através das
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A diferença entre um país moderno e uma república de bananas está na capacidade de, através das
leis, impor regras de conduta. Quando as normas e leis passam a ser atropeladas, sem que os diversos
poderes se interponham aos abusos, há algo de profundamente doente com a democracia.
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