segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

DIRCEU AO MORO: PRA QUE ME PRENDER?


Como se fosse possível torturar o Dirceu. O esforço que o Moro faz para enfiar a Petrobras em tudo!

O depoimento de José Dirceu à Vara de Guantánamo semana passada foi excepcionalmente longo: 
cerca de duas horas e meia.
Os inquisidores foram o Dr Moro, um autoritário segundo o Dr Mariz e, segundo o Pedro Serrano, 
O interessante é que quase não perguntaram sobre a Petrobras.
Porque não têm uma única carta na manga que ligue o Dirceu à Petrobras.
85% das perguntas foram sobre as finanças e o patrimônio do Dirceu.
Procuraram alguma incongruência entre valores declarados e valores efetivos, entre o que diz e o que 
está no sigilo (sic) fiscal.
O chamado “muito de nada”.
Dirceu comprou uma casinha para a mãe por R$ 120 mil.
Consta da declaração, por que valor?
(Nada que se compare àquele apartamentaço do Jovelino em Paris na Avenue Foch, ou o do 
A situação pessoal do Dirceu, os dois inquisidores estão carecas da saber: Dirceu está quebrado, deve 
e não tem como pagar.
A sede da empresa dele, por exemplo, na Avenida República do Líbano, em São Paulo, perto do 
Parque Ibirapuera.
Ele comprou a prazo e não paga as prestações, porque quebrou.
Aí, entrou na rota dos inquisidores o Milton Pascovitch, um delator.
Milton andou dizendo àquela Vara que Dirceu recebeu da Engevix porque meteu a mão na Petrobras.
Dirceu já provou 1001 vezes, e aqui no Conversa Afiada, que prestou os serviços que a Engevix e 
utras empreiteiras lhe encomendaram, em atividades no exterior.
E está tudo declarado, registrado, com imposto recolhido.
Nada com a Petrobras, e muito menos no Brasil.
Os inquisidores não perguntaram nada sobre o Lula.
Se concentraram nas finanças domesticas do Dirceu, como se fossem encontrar ali “a minha 
Versailles” do Aecím.
Ou todos os carros da Rádio Arco Iris.
E o depoimento demonstrou que Dirceu é um duro e um trapalhão.
Sua contabilidade é um lixo.
As finanças pessoais dele mereciam uma assessoria do Padim Pade Cerra, como se sabe, um 
especialista em contabilidade pessoal.
O Procurador Santos Lima – horizontal no Banestado e vertical na Lava Jato – tentou enreda-lo com 
umas anotações do irmão.
(Talvez para constar da gravação e mostrar serviço, se é que o MPF agora deu para gravar o que 
beneficia o Dirceu.)
Mas, Dirceu ponderou que as anotações do irmão foram feitas quando ele, Dirceu, estava preso e não 
tinha menor ideia do que se tratava.
Mas, o melhor não é nada disso, a insignificância dos “crimes” do Dirceu..
Quando acabou o depoimento (inútil, porque Dirceu já está condenado ao Corredor da Morte), 
Dirceu falou ao Dr Moro.
A reprodução não é literal.
É preciso esperar a desgravação que deve aparecer, breve, em outro contexto, no Fausto Macedo, do 
Estadão.
Disse o condenado:
- Dr Moro, independentemente de o senhor me condenar, o que não se justifica é a minha prisão. 
Eu lutei conta a Ditadura, fui preso, fui condenado pelo domínio do fato no mensalão e fui preso 
sempre cumpri as regras do processo e a disciplina da prisão. Não faz sentido me prender! Não t
tem razão de ser! E me prender em casa! Por que? Eu poderia estar na minha casa com a minha 
família e cumprir a minha obrigação.
Moro ficou constrangido e acabou com a oitiva.
Como se sabe, Moro prendeu Dirceu seis meses atrás.
Dirceu estava preso, ainda que em prisão domiciliar, mas preso.
Moro levou seis meses para ouvi-lo, como se fosse possível torturar o Dirceu psicologicamente...

Em tempo: antes da audiência, em conversa com o advogado Roberto Podval, Dirceu comentou que 
não ia entrar na delação premiada. “Delatar quem?”, “o que?”, ele perguntou a Podval. E Podval 
comentou com esse ansioso blogueiro: “Dirceu não delata porque tem caráter!”

Em tempo 2: observe, ansioso blogueiro, o esforço que a Vara do Moro faz para manter acesa a 
tênue chama da Petrobras. Ele precisa enquadrar o Lula na Petrobras – através do Triplo X - e 
mergulhar o Dirceu no pré-sal, porque ele pretende ser o “Corregedor Geral da Pátria”, com 
jurisdição do Oiapoque ao Chuí!

Paulo Henrique Amorim
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