Patricia Faermann
Jornal GGN - Reportagem do Estado de S. Paulo comete erro ao publicar que a Polícia Federal incluiu o triplex 164-A, que seria da família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Edifício Solaris, no Guarujá, como "alto grau de suspeita". Apesar de um diagrama elencar o apartamento por ser um dos três imóveis da empreiteira investigada, a OAS, o nome de Lula não é mencionado nas mais de 60 páginas de indícios levantados pela Polícia Federal.
O foco da investigação, neste atual momento da Lava Jato com a deflagração da 22ª etapa, denominada Triplo X, e nas 60 páginas de documentos da PF, é o que estaria por trás do imóvel 163-B, de aquisição de Eliana Pinheiro de Freitas, representante da offshore Murray Holginds LLC, registrada em Nevada, nos Estados Unidos. Os investigadores suspeitam que a offshore foi usada para lavar dinheiro a título de propina pela OAS, em troca de benesses junto aos contratos da Petrobras.
Ao mencionar que um dos possíveis beneficiários junto ao Partido dos Trabalhadores seria o ex-tesoureiro João Vaccari Neto e sua cunhada, Marice Correa de Lima, os delegados apontam que além do próprio apartamento de Marice, que já estava sob investigação, encontraram suspeitas no imóvel de Guarujá pertencente à Murray.
ACESSE AQUI A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO DA POLÍCIA FEDERAL
"A formal propriedade do TRIPLEX 163-B do Condomínio Solaris por parte da offshore MURRAY HOLDINGS LLC, registrada em Nevada/EUA levantou suspeitas pela evidente disparidade de um imóvel de tais padrões frente à pessoa que se apresentou perante as autoridades fazendárias
brasileiras como representante da dita offshore, qual seja, ELIANA PINHEIRO DE FREITAS, pessoa de condições simples, porém, representante de offshore que adquiriu uma série de imóveis desde 2009", informa o documento.
O relatório da PF ilustra oito tríplex do condomínio Solaris, quatro da Torre A e quatro da Torre B, porque os proprietários dos respectivos imóveis estariam no rol de investigados. Além do 163-B da Murray, que é o foco dos mandados de busca e apreensão, prisões temporárias e coercitivas desta quarta-feira (27), a ilustração mostra o Triplex 163-A, de Nelson Tuba e Gabor Tuba (ambos também alvos da Operação), o 162-A, de proprietário não identificado, o 161-A, de Celso Marques de Oliveira, e outros três (o supostamente de Lula 164-B, o 162-B e o 164-B) que são de propriedade da empreiteira OAS.
O condomínio na praia de Astúrias, no Guarujá foi construído pela Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), que já foi presidida por Vaccari Neto, e transferiu o empreendimento para a empreiteira OAS em 2009.
Tanto a representante da Murray, Eliana, quanto a publicitária Nelci Warken, que também foi presa temporariamente, seriam "laranjas" no esquema. "Há indicativos de uso desses apartamentos para lavagem de dinheiro, principalmente familiares de Vaccari. Existe também a pessoa de Nelci, precisamos aprofundar essa análise", disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, em coletiva de imprensa. Também foram buscados parentes da publicitária e representantes da Murray, que teria sido criada para ocultar crimes de corrupção com recursos de delitos praticados na Petrobras.
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