quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O que a casa Grande e sua Mídia Golpista não explicam sobre a dívida pública



Dívida pública: o que o noticiário não diz nem os jornais explicam

José Salvador Faro


Neste caso específico do volume de recursos financeiros que oneram o Estado através da dívida 
pública, me parece que dois contextos precisam ser obrigatoriamente constituídos para que a 
dimensão social da notícia seja alcançada. Um primeiro contexto é o da causalidade racional do fato.
Num país de fraca acumulação capitalista e que tem à frente de suas práticas empresariais uma 
burguesia anêmica e provinciana - mais preocupada em burlar direitos e em lucrar no nível da 
ganância - corresponde ao Estado o papel de indutor e de promotor dos investimentos. Sem que 
cumpra essa função - que lhe dá a definição dedesenvolvimentista - o Brasil estaria ainda vivendo o 
estágio da economia agrário-exportadora da era colonial. Aliás, no agro-negócio há muita 
semelhança entre um período e outro.
Essa é uma dimensão estrutural da dívida pública e gigantescamente estrutural pois que o valor de 
R$ 2,8 trilhões indicados na matéria, levando em conta as grandezas do quadro econômico e social 
de um país como o nosso, é até pequena. E um aumento anual dessa dívida em 21,7% pode 
perfeitamente ser relativizado frente a outras demandas. Onde isso tudo aparece no noticiário?
O segundo contexto é um círculo que envolve o condicionamento político da dívida pública pelo 
qual seus próprios beneficiários são culpados: o diabólico sistema de desonerações fiscais e de 
subsídios de todo o tipo que o governo põe à disposição dos empresários imaginando que com isso 
vai tirá-los da letargia e do parasitismo em que estão acostumados a viver desde sempre. As matérias 
indicadas abaixo dão bem a dimensão do problema, mas é suficiente emoldurá-lo: cumprimos todos 
os anos a liturgia de transferir da sociedade para as mãos privadas da nossa burguesia uma soma 
estratosférica de recursos e o nome disso é dívida pública.
Os impostos que a precária inteligência da Fiesp quer pagar a menos são o tiro no pé dos próprios 
empresários. E isso nem o Sr. Paulo Skaf tem coragem de dizer (talvez nem mesmo saiba do que 
estamos falando) nem os jornais dizem, preocupados como estão em construir textos pobres de 
entendimento e ricos em espetacularização. 
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