Luis Nassif
Com o final das férias e do recesso, o governo Dilma Rousseff tem possibilidade de assumir algum
protagonismo político visando superar a crise política e a econômica.
Antes terá que enfrentar a nova manobra da Lava Jato.
É um jogo de xadrez que tem de um lado um bando de amadores incrustrado no Planalto. De outro,
Antes terá que enfrentar a nova manobra da Lava Jato.
É um jogo de xadrez que tem de um lado um bando de amadores incrustrado no Planalto. De outro,
um grupo coeso de procuradores da República e delegados da Polícia Federal, em torno da Lava
Jato, atuando estrategicamente para tumultuar o ambiente político.
Não se sabe até quando irá esse jogo.
Ao primeiro sinal de qualquer iniciativa política para romper com o marasmo, explode a enésima
Ao primeiro sinal de qualquer iniciativa política para romper com o marasmo, explode a enésima
operação da Lava Jato criando fumaça inconsequente. Agora, trazendo de volta o tal tríplex de Lula
em Guarujá.
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Não se trata apenas da operação, mas do amontoado de vazamentos, da ampliação desmedida da
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Não se trata apenas da operação, mas do amontoado de vazamentos, da ampliação desmedida da
operação sem que os inquéritos cheguem ao fim, do rumor espalhado de mais de uma centena de
parlamentares envolvidos – e não se conseguir sequer tirar do cargo o mais notório dos suspeitos,
Eduardo Cunha.
O cadáver da Lava Jato continuará insepulto por muito tempo, porque de sua prorrogação depende a
manutenção da visibilidade e do poder político de seus integrantes.
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Dia desses, os dois procuradores mais notórios, Deltan Dallagnol e Carlos Fernando Lima, tentaram
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Dia desses, os dois procuradores mais notórios, Deltan Dallagnol e Carlos Fernando Lima, tentaram
minimizar as ações.
Um dos procedimentos políticos consiste em incluir perguntas para os delatores sem nenhuma base
Um dos procedimentos políticos consiste em incluir perguntas para os delatores sem nenhuma base
factual, aparentemente sem extrair nenhuma informação relevante, meramente para alimentar as
manchetes de jornais.
A explicação de Dallagnol foi a de que, no processo, só valerão as acusações consubstanciadas em
A explicação de Dallagnol foi a de que, no processo, só valerão as acusações consubstanciadas em
provas. Fala como se a menção a figuras políticas, mesmo sem nenhuma prova, fosse uma ação
neutra e não um álibi para manchetes de impacto, reportagens repletas de insinuações.
Evidente que não é. Se tem implicações políticas, significa que a Lava Jato prática proselitismo
Evidente que não é. Se tem implicações políticas, significa que a Lava Jato prática proselitismo
político. Ou não? Procuradores e delegados da Lava Jato recorrem a esse estratagema – de incluir
nomes de adversários políticos nos interrogatórios - com objetivos nitidamente políticos.
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A segunda acusação é quanto aos vazamentos de depoimentos sigilosos. O procurador Lima sustenta
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A segunda acusação é quanto aos vazamentos de depoimentos sigilosos. O procurador Lima sustenta
que o Ministério Público não veste essa carapuça.
Ora, a estratégia prévia da Lava Jato consistiu em vazamentos indiscriminados, conforme o
Ora, a estratégia prévia da Lava Jato consistiu em vazamentos indiscriminados, conforme o
diagnóstico de Sergio Moro sobre o sucesso da Operação Mãos Limpas. O poder consiste em
controlar a pauta e gerar manchetes diárias. Quem vestiria, então? A Polícia Federal? O juiz Sérgio
Moro?
Se não são os autores diretos, no mínimo são cúmplices desse jogo político. É óbvio.
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Não se sabe até onde irá esse jogo de poder, que paralisa qualquer tentativa de superar o impasse
Se não são os autores diretos, no mínimo são cúmplices desse jogo político. É óbvio.
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Não se sabe até onde irá esse jogo de poder, que paralisa qualquer tentativa de superar o impasse
político.
Mas é evidente, que esses exageros deixarão uma conta alta a ser paga futuramente pelo Ministério
Mas é evidente, que esses exageros deixarão uma conta alta a ser paga futuramente pelo Ministério
Público Federal, assim que o vácuo político for superado e as instituições voltarem a funcionar
normalmente.
Será ruim não apenas para o MPF, mas para o país.
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De qualquer modo, fevereiro será um mês chave. Politicamente, o governo começa a mostrar algum
Será ruim não apenas para o MPF, mas para o país.
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De qualquer modo, fevereiro será um mês chave. Politicamente, o governo começa a mostrar algum
rumo, a tese do impeachment se esvazia. Superada a última manobra da Lava Jato, é possível que a
partir de março o país comece a respirar um pouco.
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