sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Advogado de Bumlai diz que ele está sendo usado de “isca perfeita” para pegar Lula


A tese levantada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na entrevista coletiva desta 
semana, de que delatores estariam sendo incentivados a oferecer sua cabeça numa bandeja, já 
foi confirmada por dois réus; em Brasília, o advogado Roberto Podval afirmou que seu cliente, 
Mauro Marcondes, foi ameaçado: se não entregasse Lula ou seu filho Luis Claudio, sua esposa 
seria presa – o que de fato aconteceu; agora, o advogado Arnaldo Malheiros afirma que seu 
cliente, o pecuarista José Carlos Bumlai, só está preso porque representa uma isca para se 
chegar ao "molusco cafalópode", que "muitos gostariam de ver numa frigideira"

O advogado do pecuarista José Carlos Bumlai apresentou nesta quinta (21) a defesa de seu cliente na 
Operação Lava jato, na qual diz que ele está sendo usado como isca para apanhar o ex-presidente 
Lula, de quem ele é amigo desde 2002.
Bumlai, segundo o advogado Arnaldo Malheiros, apareceu na imprensa “como se fosse ele a isca 
perfeita para se conseguir fisgar o peixe (ou melhor, o molusco cefalópode) que muitos queriam –e 
ainda querem– na frigideira”.
Malheiros, no entanto, diz que a acusação feita contra o seu cliente tem tantas inconsistências que 
“estão usando a isca errada”.
Bumlai está preso desde novembro e é acusado de ter obtido um empréstimo de R$ 12 milhões junto 
ao Banco Schahin. O montante foi repassado ao PT, como o próprio pecuarista já confessou. Em 
contrapartida ao empréstimo, que nunca foi pago, o pecuarista é acusado de ter ajudado a Schahin a 
obter um contrato de R$ 1,6 bilhão para operar um navio-sonda para a Petrobras.
Segundo a defesa, o empréstimo repassado ao PT foi a única irregularidade que Bumlai cometeu, “o 
que não se confunde com a prática de corrupção passiva, gestão fraudulenta ou lavagem de dinheiro” 
–os crimes dos quais ele é acusado.
A peça faz graça da amizade entre Bumlai e Lula:
“Na verdade, o crime é ser amigo de Lula e, pasme, existe até fotografia de ambos numa festa 
junina, tornando irretorquível a consumação do delito do art. 362 do Código Penal”, afirma a
defesa. A piada é que o artigo 362 não existe. O código só tem 361 artigos. O que ele parece querer
dizer com isso é que não existe crime na amizade de Lula e Bumlai.
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Na entrevista que concedeu aos blogueiros nesta semana,  o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
fez uma acusação grave: a de que integrantes do Poder Judiciário estariam pressionando réus, presos
preventivamente, a entregar sua cabeça a prêmio, em acordos de delação premiada.
– Eu já ouvi dizer que nas perguntas, nas delações, o grande prêmio é falar o nome do Lula  
A tese levantada por Lula, aparentemente, começa a se confirmar. Na semana passada, o advogado 
Roberto Podval afirmou que seu cliente, o lobista Mauro Marcondes, réu na Operação Zelotes, foi 
ameaçado: se não entregasse Lula ou seu filho Luis Claudio, sua esposa, a empresária Cristina 
Mautoni, seria presa – o que de fato aconteceu.
Agora, foi a vez de outro réu, o pecuarista José Carlos Bumlai, denunciar pressões para entregar a 
cabeça de Lula a prêmio. Segundo Arnaldo Malheiros, que o defende na Lava Jato, Bumlai apareceu 
na imprensa "como se fosse ele a isca perfeita para se conseguir fisgar o peixe (ou melhor, o molusco 
cefalópode) que muitos queriam – e ainda querem– na frigideira".
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