quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O PROCURADOR MILITONTO DO TCU



O Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público do Tribunal de Contas, é militante 
político. Comparece a passeatas a favor do impeachment e, em sua página do Facebook, ele é a 
esposa conclamam as pessoas a aderirem à movimentos como ˆVai pra rua".
É direito do cidadão, é imprudência do procurador. Do servidor público exige-se isenção política. O 
servidor que se vale de preferências políticas no exercício das funções de Estado desrespeita a 
cidadania, o serviço público e compromete sua própria corporação.
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Quando levantou as "pedaladas", Júlio comportou-se tecnicamente, inclusive quando apontou as 
diferenças de dimensão entre 2014 e anos passados. Quando passou a superdimensionado seus 
efeitos, a botar fogo no TCU por uma punição radical, exagerou. Mas, ainda assim, se poderia 
atribuir ao excesso de zelo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Não ficou nisso. Passou a torpedear, uma a uma, as tentativas de amenizar os efeitos da Lava Jato na 
economia. Não se limitava apenas a torpedear as parcas iniciativas do governo, mas a proferir juízo 
de valor sobre temas como a lei de leniência.
Quando crítica o fato de haver muitas instâncias de leniência e o acusado poder fazer um leilão com 
a mais leniente, é uma opinião técnica. Quando investe contra qualquer acordo, e defende que a 
única punição correta é aquela que líquida com as empresas, age politicamente - e 
irresponsavelmente.
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Como também age politicamente quando recorre a esse execrável expediente de barganhar 
reportagens e de alimentar blogs e publicações empenhadas na campanha do impeachment. E tira de 
vez a máscara quando avança decididamente para além das chinelas e, em entrevista à BBC Brasil 
defende claramente o impeachment como punição para as pedaladas.
Ontem, mais uma vez exerceu a militância, ao entrar em juízo de valores sobre a motivação do vice-
presidente Michel Temer em assinar medidas que podem ser caracterizadas como pedaladas, como 
se o jurista e parlamentar ladino fosse um insuficiente necessitando de apoio da autoridade pública.
O fato de aparecer em passeatas pró-impeachment e de todos - literalmente todos - seus pareceres 
serem contra o governo compromete não apenas a ele. Ele é o responsável por sua biografia. Mas 
afeta a imagem de todos os procuradores que trabalham seriamente e respeitam princípios como o da 
impessoalidade no serviço público
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A crise política e a Lava Jato – somada à inação do governo – já derrubaram o PIB em 2 pontos 
percentuais adicionais. Não dá mais para usar a crise como holofote para exibicionismos 
irresponsáveis, valendo-se do poder que foi conferido pelo Estado.
Seja a favor ou contra o governo de plantão, é um ativismo irresponsável para com o país.
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