quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Qual a influência dos juízes no título do Corinthians? Por Scott Moore


Falar em arbitragem é uma falácia

Ladies & Gentlemen:

Falei do assunto, e volto a ele agora porque é hora de um balanço sobre o Campeonato Brasileiro de 
2015.
Qual o papel dos juízes no título do Corinthians?
Lamento desapontar os anticorintianos, sobretudo os torcedores do Atlético Mineiro, mas a resposta 
correta é: nenhum.
Atribuir à arbitragem o triunfo corintiano é fugir de uma discussão séria sobre o que foi o 
campeonato.
O Corinthians deve seu título à estabilidade, uma coisa rara no turbulento futebol brasileiro.
Basicamente, o Corinthians manteve o bom elenco e trouxe, para 2015, um técnico muito 
familiarizado com o clube.
Adicionalmente, o clube agiu com bom senso ao se desfazer de alguns jogadores quando foi 
eliminado da Libertadores. Já não havia necessidade de tantos jogadores caros.
Trocas incessantes de técnicos não resolvem nada. Até Chrissie, minha neurastênica mulher que 
adora discordar de mim em tudo, concorda em que trocar treinadores traz mais problemas que 
soluções.
“E por que há tantas trocas?”, me perguntou outro dia Boss no pub de Parsons Green onde 
semanalmente nos reunimos em torno de pints.
Respondi o seguinte: mau planejamento. É como se todos os times achassem que vão ser campeões. 
Depois de algumas rodadas, quando a realidade se impõe, vem a depressão e, com ela, decisões tolas 
como dispensar treinadores.
Quantos times no Brasil poderiam, realisticamente, aspirar ao título? Dois, três?
Mesmo um time apenas regular como o do São Paulo achou que era candidato ao título. Quando 
ficou claro que não seria campeão, começou a trocar de técnico.
Se os dirigentes tricolores tivessem estabelecido que a meta para o ano era se classificar para a 
Libertadores, haveria muito menos sofrimento no Morumbi.
Os times brasileiros, que já enfrentam dificuldades financeiras consideráveis, têm além do mais que 
arcar com indenizações sucessivas de técnicos despedidos antes do fim do contrato.
Que técnico aceita o convite de um clube sem uma boa cláusula de saída? Nenhum. Ou melhor: 
alguns aceitam, mas são exatamente aqueles que não interessam a ninguém.
Ladies & Gentlemen: o Corinthians destoa no caos que marca o futebol brasileiro.
Por isso levará o título.
Falar em mão amiga [nota da tradutora: no original, helping hand] dos árbitros é de uma tolice 
desumana.
Sincerely.
Scott.
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