terça-feira, 10 de novembro de 2015

O CAMINHONEIRO QUE QUER DERRUBAR DILMA


O Sem noção: Ivar Luiz Schmidt. 

A louca cavalgada de Ivar Luiz Schmidt, catarinense de 44 anos que ascendeu na Era Lula

por : Carlos Fernandes


Existe um ditado popular que nos alerta de que pior do que cuspir no prato em que você comeu é ter 
que voltar a comer no prato em que você cuspiu.
É uma metáfora que se aplica perfeitamente a uma parcela dos brasileiros que ascenderam 
socialmente na última década. Ignorantes aos fatores políticos e econômicos que lhes permitiram 
subir na vida, agora atentam bestialmente contra àqueles que permitiram a sua libertação.
Um dos casos mais cristalinos desse fenômeno atende pelo nome de Ivar Luiz Schmidt, um 
catarinense de 44 anos que reside atualmente em Mossoró-RN.
Ivar é um dos “líderes” do Comando Nacional dos Transporte (CNT), que convocou a “paralisação” 
dos caminhoneiros para reivindicar a renúncia da presidenta Dilma Roussef.
É, seguramente, uma das pautas trabalhistas reivindicatórias mais absurdas da história dos 
trabalhadores de todas as atividades em todos os tempos. Tanto é que nenhum sindicato aderiu ao 
movimento. O que esse cidadão considera como “greve” nada mais é do que a manipulação de uma 
massa de manobra que ainda não percebeu que os interesses de seu líder é extremamente divergente 
dos interesses de seus liderados.
A história de Ivar torna o diagnóstico ainda mais assombroso. Caminhoneiro de profissão, conseguiu 
fazer fortuna a partir da era Lula. Com a abertura de créditos aos trabalhadores que se verificou à 
partir de 2003, o simples motorista de caminhão pôde abrir uma pequena transportadora e, com a 
economia aquecida naqueles tempos, tornou-se um bem-sucedido empresário na área de transportes 
da região.
Verificando o seu perfil no Linkedin, uma página na internet utilizada para divulgar profissionais no 
mundo inteiro, o austero empresário aparece como sócio da Roda Brasil Transporte LTDA e 
representante comercial da MANOS implementos rodoviários. Nada mal para quem ainda nos anos 
90 não passava de um escravo dos transportadores que hoje se tornou e, sobretudo, passou a 
escravizar.
Essa não é a primeira vez que Ivar tenta sabotar a logística de transportes do Brasil e os próprios 
caminhoneiros. Em março deste ano, mesmo após a Confederação Nacional dos Transportadores 
Autônomos e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística terem aceito a 
proposta do governo federal que atendia aos seus anseios, Ivar continuou com os seus subordinados 
tentando travar as rodovias federais.
Tanto daquela vez quanto nessa, a tentativa foi um estrondoso fracasso. Mas não interessa, fervoroso 
eleitor do partido que jamais lhe permitiu que saísse de sua condição de empregado, o que importa 
mesmo para ele é fazer volume junto aos outros movimentos que querem desmantelar a democracia 
brasileira e fazer o país retornar a época sombria onde a recessão, o desemprego e a inflação eram 
verdadeiramente escandalosos.
Como se vê, está nítido que o que motiva os atos desse senhor está a anos-luz da melhoria das 
condições de trabalho dos caminhoneiros. O que realmente é obscuro são as razões que fazem uma 
pessoa querer destituir um governo que democraticamente abriu oportunidades para todos e com 
isso, tanto o beneficiou.
Ivar Schmidt não passa de mais um idiota útil a serviço daqueles que sempre o trataram como 
cidadão de terceira categoria cuja única serventia era a de ser explorado. Com a sua ascensão, 
imagina infantilmente que pode agora fazer parte de uma elite classista, racista e preconceituosa.
Na sua ânsia golpista, não percebe que trabalha para que tudo que conseguiu com o apoio desse 
modelo de governo que quer destituir, seja lhe retirado pelo estilo de governo que quer alçar ao 
poder. Ou seja, não só cospe no prato em que comeu como pretende, inconscientemente, comer no 
prato em que cuspiu.
Para entender tamanha insanidade, é sempre bom recorrer a Simone de Beauvoir: “O opressor não 
seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”.
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