sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Jogo duro e violento de Alckmin vai viralizar ocupação de escolas


Mais uma escola da capital paulista foi ocupada nesta sexta-feira 13 por estudantes, em 
protesto contra o projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que prevê o fechamento de 
94 instituições de ensino e a transferência de cerca de 311 mil alunos; com a Escola Estadual 
Ana Rosa, localizada no bairro de Vila Sônia, zona oeste da capital, sobe para sete o número de 
unidades ocupadas, desde o início da semana, na Grande São Paulo; à Escola Estadual Fernão 
Dias Paes, em Pinheiros, Alckmin mandou policiais para a retirada dos alunos; a Justiça 
paulista deu 24h para que a escola fosse desocupada; depois do secretário municipal Eduardo 
Suplicy, o colunista do 247 Camilo Vannuchi faz um apelo ao governador: "vá conversar com 
os meninos. Trate os jovens com bom senso e algum idealismo"

ALUNOS OCUPAM ESCOLAS E DESAFIAM PLANO DE ALCKMIN

Blog do Rovai

O governador Alckmin está seguindo à risca a sua política à la Big Stick. Fala com suavidade para a
mídia, mas bota a policia com cassetes e escopetas na rua pra “dialogar” com os movimentos.
Alckmin não está sendo original. O Big Stick foi criado por Roosevelt. Ele defendia que o EUA só 
deveriam dialogar com a América Latina mostrando força. Ou seja, na base do porrete.
O governador paulista vem obtendo sucesso há muito tempo usando essa tática com os movimentos 
sociais, mas parece ter encontrado agora um adversário perigoso e que pode levá-lo a uma derrota 
histórica.
Ontem estive na escola Fernão Dias, que conheço há uns 20 anos. Ela foi a primeira a ser ocupada 
em São Paulo por estudantes que são contra o plano de fechamento de escolas que Alckmin pretende 
implementar sem ter discutido com ninguém, professores, pais, alunos, especialistas em educação e 
qualquer outro segundo da sociedade.
Haviam uns 20 carros de polícia por lá e uns 150 a 200 policiais cercando o local. Dentro do colégio, 
no máximo 20 garotas e garotos, sendo que apenas um deles parece ter 18 anos. Todos os outros 
menores de idade.
Me impressionou ver uma menina ruiva de uns 14 anos que parecia ser uma das líderes do 
movimento. Segundo depoimento de quem estava acampado por lá em solidariedade, ela já tinha 
conseguido driblar a barreira policial por duas vezes, tendo saído e entrado da escola.
Fiquei imaginando o que aconteceria com ela se fosse agredida por um daqueles policiais bem 
nutridos, fortes e ameaçadores que estavam por lá. Ela provavelmente desmontaria.
Hoje já são sete escolas ocupadas. Essas histórias estão correndo o estado. Em Osasco, Diadema, 
Santo André, na Zona Sul, na Leste etc. garotas e garotos estão se mobilizando.
E a polícia e suas tropas de choque estão sendo acionadas para barrá-los na sua legítima ação de 
protestar contra uma das mais absurdas ações de todos os tempos que um governador de São Paulo 
tenta patrocinar com seu jeito meigo de mudar o nome das coisas, o fechamento de escolas.
A potência desse movimento é algo que supera o Big Stick de Alckmin. Se ele vier a mostrar força 
com esses garotos, terá milhares e milhares de pessoas nas ruas e nas escolas em solidariedade a eles 
e contra ele. O tamanho da desproporção da violência é algo que não deixa espaço a dúvidas.
Mas ao mesmo tempo se Alckmin vier a ficar quieto fazendo de conta que não é com ele, o 
movimento pode ir ganhado força aos poucos e em breve serão 100 escolas ocupadas.
Ou o governador recua enquanto é cedo ou viverá dias de Beto Richa.
Essa meninada conseguiu colocar o supostamente imbatível Alckmin nas cordas. Se ele pagar pra 
ver, vai perder.
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