O que leva um personagem político, que por pouco não é eleito para a Presidência, a apresentar quedas seguidas de "intenções de voto" em um ano, mesmo contando com tanta ajuda da imprensa e na confortável posição de "franco atirador" em plena crise econômica?
Se, por um lado, a grande mídia tentou proteger Aécio Neves de problemas (a questão do manejo dos recursos da saúde em Minas, o caso das aeronaves, as denúncias de Youssef, a aliança com Cunha, as pautas bombas etc), por outro, buscou atribuir a ele um protagonismo virtuoso contra o governo Dilma e o PT.
Era para Aécio, com esse marketing eleitoral espontâneo, estar hoje melhor do que ontem, se levarmos em conta que por pouco ele não ganha as eleições. E que logo depois Dilma encontrou seu inferno astral. Mas não. Esse protagonismo midiático acabou expondo o mineiro dentro de um ambiente desgastado e que vem causando aversão da população: a cena política.
A questão é que, mesmo com tanta proteção, o nome dele não se segura, e se hoje ainda aparece como viável num suposto segundo turno das eleições de 2018 é puramente pelo caráter plebiscitário de um pleito que hoje se apresentaria como PT versus Anti-PT. Tanto que todos os outros "candidatáveis" chegariam a percentuais parecidos.
Trocando em miúdos, Aécio poderá passar à história como a pedra que virou vidraça.
A única solução para Aécio é sair de cena o mais rápido possível. Estar bem na fita contra Lula - antes da recuperação econômica - é fácil. Tanto que, sem fazer nada, Marina aparece na mesma situação.
Quanto a Lula, continua sendo visto como o melhor presidente da História, por 39%. Essa é sua base potencial de lançamento hoje. Qualquer melhoria no quadro econômico o leva a mais de 40%. Isso é óbvio. Assim como óbvio é o fato de que a piora no cenário pode manchar de vez a sua "liderança" como o maior entre todos.
Além disso, embora os jornais comemorem a rejeição de Lula em 47%, não precisa ser cartomante para saber que boa parte desta rejeição é puramente econômica. E que podemos fazer também a leitura pelo copo cheio. Afinal, 53%, apesar de toda a crise, real e midiática, não rejeitam Lula. Isso é grave para a oposição.
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