quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A chave mágica, que abre as portas da mídia e dos tribunais superiores, é bater no PT.



A partidarização dos inquéritos é tão grande, que chegou-se a essa peça burlesca, na Operação 
Zelotes.
O procurador Frederico Paiva entrou com uma representação contra o juiz Ricardo Leite, pelo fato 
de ele não autorizar nenhum dos pedidos de escuta ou de prisão preventiva.
Em sua defesa, o juiz alegou que o procurador atuava em dobradinha com o PT, visando criar um 
alvoroço na Zelotes para contrapor à Lava Jato.
Aí o juiz substituto é substituído pela juíza substituta. E o primeiro pedido do procurador Frederico 
Paiva é de quebra de sigilo fiscal e telefônico de familiares de Lula e Gilberto Carvalho.
Ou seja, o álibi do juiz, para trancar todos os pedidos, é que os pedidos fazem parte do jogo do PT.
O álibi do procurador para avançar com os pedidos, é investir sobre o PT.
A chave mágica, que abre as portas da mídia e dos tribunais superiores, é bater no PT.

Operação Zelotes: Juiz substituto e procuradores trocam acusações

Ricardo Leite abriu queixa-crime por calúnia contra Frederico Paiva

A 10ª Vara Federal, base das investigações sobre 70 bancos e empresas, entre elas três de um dos
filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido palco de uma guerra jurídica sem
precedentes entre o juiz Ricardo Leite e o procurador Frederico Paiva, duas autoridades centrais na
primeira fase da chamada Operação Zelotes. No início do mês passado, Ricardo Leite, substituto da
10ª Vara, ingressou com uma queixa-crime por calúnia contra Paiva, coordenador da força-tarefa
encarregada das investigações da Zelotes. Nesta quarta-feira, dois procuradores da força-tarefa
entraram com um pedido de exceção de suspeição para que o juiz se abstenha de atuar em qualquer
caso da Zelotes.
Na queixa-crime, o juiz acusa o procurador de tentar inflar investigações sobre bancos e grandes
empresas suspeitas de fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e de poupar o
PT. Ele argumenta ainda que este teria sido um dos motivos que levaram o procurador a pedir a saída
do magistrado da Zelotes. No início da operação, Leite rejeitou pedidos de prisão de advogados e
lobistas suspeito de manipular decisões do Carf e, para o procurador, teria com isso esvaziado a
investigação mais importante no país desde o início da Lava-Jato.
"Neste contexto, o interesse precípuo do querelado (procurador) foi afastar o querelante (juiz) da
função jurisdicional da Operação Zelotes, a fim de direcioná-la politicamente, na tentativa de
contrapô-la à Lava-Jato, amenizando, em última análise, sua repercussão negativa sobre o Partido
dos Trabalhadores", acusa o juiz. Segundo ele, antes de assumir o cargo de procurador, Paiva "serviu
em cargo de confiança, na qualidade de assessor do ministro do Trabalho e Emprego à época (2004)
ninguém menos que Ricardo Berzoini (PT-MG), conhecido por suas táticas difamatórias
submundanas".
Na queixa-crime, o juiz descreve suposta articulação do procurador e parlamentares do PT para
ampliar a repercussão da Zelotes e, com isso, forçá-lo a endossar medidas invasivas como
autorização para escutas telefônicas e prisões preventivas dos investigados como tem feito o juiz
Sérgio Moro, na Lava-Jato. Num contra-ataque, dois procuradores encaminharam hoje a Leite um
pedido de exceção de suspeição para que ele se abstenha de atuar em qualquer um dos inquéritos da
Zelotes. Segundo dados da Justiça, a investigação já resultou em mais de 10 inquéritos.
No pedido de suspeição, os procuradores acusam o juiz de "adotar decisões que atrasaram muito o
trabalho de apuração, prejudicando a colheita de provas ante o princípio da oportunidade". Segundo
eles, as ordens do juiz "foram todas, até a ocasião, revertidas, mas com grande prejuízo à
investigação em razão do lapso demandado na instrução, análise e julgamento dos recursos
cabíveis".
Caberá ao próprio juiz decidir se acolhe ou não o pedido dos procuradores. Ricardo Leite atuou
numa das fases mais importantes. Coube a ele rejeitar pedidos de prisão de advogados e lobistas, no
início da operação, ano passado.
Os problemas na seara da Zelotes não param por aí. A juíza Célia Regina Ody Bernardes, que
assumiu o comando da Zelotes mês passado e deu novo fôlego ao autorizar busca e apreensão na
sede de três empresas de Luis Claudio, não está mais à frente do caso. Depois de passar um ano no
Superior Tribunal de Justiça (STJ), o juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal,
voltou hoje e reassumiu os processos.
Numa entrevista ao GLOBO, o juiz disse que o retorno dele nada tem a ver com a Zelotes. Vallisney
argumentou que o prazo de trabalho dele no STJ expirou hoje e, como não houve reconvocação, ele
reassumiu a 10ª Vara, onde é titular há seis anos.
- Meu trabalho no STJ acabou e eu estou retornando às minhas atividades aqui na 10ª Vara. Não
voltei causa desse processo (Zelotes) e nem por causa de nenhum outro. A vara tem mais de dois mil
processos. Também quero dizer que não houve pressão de ninguém.
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