sábado, 31 de outubro de 2015

ZÉ RUELA CARDOZO SE EXIME DE PRENDER O LULA


Por acaso, os delegados o obedeceriam?

O ministro  Ruela da Justiça deu uma entrevista à IstoÉ e demonstrou que não tem nenhuma 
responsabilidade e autoridade sobre os seus constitucionalmente subordinados, os delegados 
aecistas e grampeadores

(...) ISTOÉ – O ex-presidente Lula reclamou com o sr. sobre abusos nas investigações?

Zé Ruela Cardozo – Nunca recebi do presidente Lula nenhuma crítica direta e tenho tido com ele 
uma excelente relação. Pela imprensa, sei que setores do PT e da oposição criticam a minha postura 
de não “controlar” as investigações. Tenho minha consciência absolutamente tranquila em relação a 
isso. Em um Estado de Direito, o ministro da Justiça não deve jurídica e eticamente tentar controlar 
uma investigação, dizendo que não se investigue um amigo ou se puna inimigos. A lei é igual para 
todos. O ministro da Justiça só deve atuar para exigir que a lei seja cumprida, apurando eventuais 
abusos e arbitrariedades por parte de policiais.

ISTOÉ – O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o ex-presidente Lula está sofrendo uma 
perseguição “inominável”. O sr. concorda?

Zé Ruela Cardozo – O PT tem o direito de se manifestar sobre aquilo que crê. Já o ministro da 
Justiça não pode emitir juízo de valor sobre investigações que estão em curso. Salvo se houver 
alguma denúncia concreta de que algum mandamento legal foi violado por autoridades policiais. 
Nesse caso, o ministro da Justiça deve determinar a abertura de inquérito policial ou processo 
disciplinar e, ao seu final, emitir sua decisão.

ISTOÉ – O sr. acha que Lula e família estão sendo injustiçados?

Zé Ruela Cardozo – Conheço o ex-presidente Lula há muitos anos, como cidadão e como petista. 
Acredito, sinceramente, que ele jamais se envolveria em desmandos de qualquer natureza, nem 
permitira que pessoas próximas o fizessem.

ISTOÉ – Se o sr. mesmo acha que “Lula jamais se envolveria em desmandos nem permitiria 
que pessoas próximas o fizessem”, não é razoável que ele próprio se sinta vítima de um abuso 
da PF?

Zé Ruela Cardozo – Não se pode confundir as coisas. O cidadão José Eduardo tem suas crenças e 
convicções, formadas ao longo de sua experiência de vida. Já o ministro tem o dever constitucional 
de respeitar o Estado de Direito e cumprir a lei. Jamais transformando as suas razões pessoais ou 
convicções íntimas em razões de Estado. A lei deve ser cumprida, independentemente do que pensa 
o cidadão José Eduardo. Como ministro, só intervirei quando houver caracterização de um 
descumprimento objetivo da lei ou de abuso de poder por parte de policiais. Até agora não recebi 
nenhuma representação de quem quer que seja no sentido de que algum policial tenha violado algum 
dispositivo legal. Aliás, é importante observar que no caso da busca e apreensão determinadas em 
relação à empresa do filho de Lula, foi uma medida solicitada pelo Ministério Público Federal e não 
pela Polícia Federal, decidida por juíza de direito regularmente investida nas suas funções. (Ênfase 
do CAf)  (...)
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Seria bom ele explicar, pessoalmente, olho no olho, ao pai da vítima de tamanha arbitrariedade.
Em tempo: Queria ver o doutor Janot explicar ao filho a absurda decisão de seus subordinados
intimarem um suspeito às 23h30.

Paulo Henrique Amorim
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