Local do evento não poderia ser mais apropriado: a Praça Chico Mendes, na UNB
Lideranças comunitárias, parlamentares da Amazônia, professores, gestores e representantes de
comunidades extrativistas se reuniram nesta quinta-feira (15) na Universidade de Brasília (UnB) para
celebrar os 30 anos do I Encontro Nacional de Seringueiros. O local do evento não poderia ser mais
apropriado: a Praça Chico Mendes. A própria universidade brasiliense foi o palco do primeiro
encontro, em outubro de 1985, que resultou na criação do Conselho Nacional de Seringueiros (CNS),
entidade que luta até hoje pelos direitos dos povos extrativistas do país.
Entre os participantes, estavam o senador Jorge Viana, que era aluno de Engenharia Florestal da UnB
na época da realização do encontro. “Eu tive o privilégio de ter participado daqueles dias, de ter
ouvido, de ter presenciado o nascimento do Conselho Nacional de Seringueiros. Para mim, é uma
honra muito grande estar aqui, ver que, do ponto de vista do movimento, as ideias e os sonhos do
Chico Mendes estão muito presentes, são muito vivas e são parte das prioridades da luta desse povo
que sofre, mas que segue lutando na Amazônia brasileira”, declarou.
Também participaram do ato de homenagem os deputados federais do Acre Raimundo Angelim, Léo
de Brito e Sibá Machado; o ex-senador Anibal Diniz; o reitor da Universidade de Brasília, Ivan
Camargo; o presidente do Conselho Nacional de Seringueiros, Joaquim Belo; entre outras pessoas
que fizeram e continuam fazendo parte dessa história.
Entre as falas que marcaram a abertura do evento, o seringueiro Raimundo Mendes, o Raimundão,
da Reserva Extrativista Chico Mendes, lembrou que muitos dos desafios do passado foram vencidos
com luta e apoio de governos que tiveram uma preocupação com os povos da floresta.
“O seringueiro de ontem era explorado, não tinha acesso à educação, a nenhum benefício do estado e
do município. Eu nasci nessas condições. Chico Mendes, que foi nossa liderança maior na região do
Acre, também nasceu nessas condições assim como milhares de outros seringueiros que nasceram na
floresta. O seringueiro de hoje é liberto, é organizado em associações e cooperativas, seu produto é
valorizado. Nossos produtos recebem subsídio do estado e são valorizados. Nossos filhos estudam e
se nós, pais, também quisermos estudar é possível porque tem escolas em todos os seringais”,
destacou ele.
Ativo Econômico
Para Jorge Viana, o grande desafio para as próximas décadas continua sendo promover a valorização
Para Jorge Viana, o grande desafio para as próximas décadas continua sendo promover a valorização
da floresta e o que ela representa para a economia do país. “Me sinto orgulhoso de ter ajudado de
alguma maneira essa história seguir em frente. Seja como relator do novo Código Florestal ou da Lei
de Acesso à Biodiversidade, que é talvez o maior passo que a gente dá para alcançar aquilo que o
Chico Mendes mais queria: a valorização da nossa floresta como ativo econômico”.
Joaquim Belo, coordenador do CNS, ressaltou que a Amazônia precisa ser fortalecida. Não só por
Joaquim Belo, coordenador do CNS, ressaltou que a Amazônia precisa ser fortalecida. Não só por
causa da floresta que preserva, mas pelas pessoas que vivem nela. “A cartografia social mostra que
somos uma média de 4,5 milhões de famílias. A Amazônia tem um papel muito importante e zelar e
cuidar dela é fundamental. Enquanto para muita gente é uma causa, para nós é nossa vida porque
moramos lá”.
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