sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A TPM Golpista de Aécio tem duas velhas causas: Alckmin e Serra


O que importa é a beleza interior

por : Kiko Nogueira

A histeria permanente de Aécio Neves — seu estado de alerta lembra o de um dobermann ouvindo 
barulho no portão — é sobretudo uma questão de timing, mais do qualquer outra coisa. Aécio é um 
homem apressado e acossado.
Ele abusou novamente de sua cantilena sublacerdista numa sessão de palestras de economistas 
ligados ao PSDB.
“Fomos acusados de pessimistas no passado. Agora mudam o termo e essas pessoas são chamadas de 
golpistas”, disse. “Golpe é usar dinheiro do crime para obter votos”.
“Hoje vimos uma presidente da República obcecada com o próprio fim do seu governo”, afirmou. O 
cenário, segundo ele, é “tenebroso”.
É tenebroso para Aécio porque ele precisa de novas eleições agora. Cada pesquisa de um instituto 
paraná da vida o enche de esperança, enquanto um relógio interno na moleira faz tique taque tique 
taque.
Num caso de impeachment de Dilma, e se Temer ficar, existe uma corrente que defende que o 
partido lhe dê sustentação política. E uma velha figura surge das trevas.
José Serra assinalou, num Roda Viva, que estaria pronto para servir a pátria com Michel Temer. 
“Como foi com o Itamar”, falou. Serra estaria investindo num posto de ministro. Dali, em 2018, 
lançaria sua candidatura a presidente — pelo PSDB ou mesmo o PMDB.
Para complicar ainda mais o meio de campo de Aécio, há Geraldo Alckmin, montado em São Paulo, 
locomotiva de seja lá o que Deus quiser. Alckmin já deixou claro que a crise é “governista” — 
portanto, Serra e os tucanos deveriam ficar de fora.
Num seminário em seu instituto, Fernando Henrique Cardoso resumiu o drama: “Um quer que a 
Dilma saia hoje. Outro, que tenha nova eleição. Outro, que ela fique até 2018. Até entendo que todo 
político tenha seus interesses pessoais, mas tem hora em que temos que entender que há algo maior 
em jogo, o país”.
É uma ironia que FHC, que vem fazendo de tudo para fomentar a instabilidade, incluindo sugerir a 
renúncia, declare que há algo maior em jogo. A não ser que ele esteja se referindo a pegar uma tela 
com Fernando Haddad.
O país, que nunca importou de fato, não passaria a importar agora.
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