segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Obra da Sabesp que custou R$ 28 milhões está inoperante por falta d'água



Jornal GGN - A obra de R$ 28,9 milhões que o governo Geraldo Alckmin encampou para "socorrer" o Sistema Alto Tietê da crise hídrica em São Paulo está inoperante porque o rio onde a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado) investiu os recursos está sem água.
Segundo reportagem do Estadão, a transposição de águas do rio Guaió para a Represa Taiaçupeba, em Suzano, onde fica uma estação de tratamento, foi inaugurada há 50 dias, com o intuito de beneficiar "diretamente mais de 300 mil moradores” da Grande São Paulo. Mas, por causa da estiagem no local, a operação não foi iniciada.
O jornal publicou que após visitar pessoalmente o rio Guaió, detectou que as bombas que foram ligadas por Geraldo Alckmin no evento de inauguração da obra não estão ligadas. “Não há água para retirar do rio”, admitiu o superintendente de Produção da Sabesp, Marco Antônio Lopez Barros, durante apresentação sobre as obras emergenciais da empresa para o Comitê da Bacia do Alto Tietê, na semana passada.
"O Guaió é um pequeno rio que nasce em Mauá, no ABC, e deságua no Rio Tietê, no limite de Poá com Suzano, após percorrer 20 quilômetros. A Sabesp construiu 9 quilômetros de adutoras para levar água dele até o Ribeirão dos Moraes, um córrego que termina no Rio Taiaçupeba-Mirim, afluente da Represa Taiaçupeba, onde está a estação de tratamento do Sistema Alto Tietê. Hoje, o manancial que abastece 4,5 milhões de pessoas na porção leste da Grande São Paulo é o que está mais próximo do colapso, com apenas 15,9% da capacidade", advertiu o Estadão.
À época da inauguração, a Sabesp afirmou que a obra significava a entrada "de mais um rio para alimentar as represas" que compõe o Alto Tietê e que isso iria ampliar "o nível de todo o sistema”. Desde a entrega da estrutura, entretanto, o complexo já perdeu 25,6 bilhões de litros, ou 4,5% da capacidade.
"A reportagem questionou a razão de a transposição do Guaió ainda estar em fase de pré-operação quase 50 dias após a inauguração e qual o volume diário retirado do rio para abastecer o Alto Tietê, mas a Sabesp não respondeu."
A obra no Guaió faz parte de um conjunto de três projeto que Alckmin prometeu à população para "garantir o abastecimento hídrico durante o período seco”, que vai de abril a setembro. "As outras duas são a ampliação da capacidade de produção do Sistema Guarapiranga em 1 mil l/s, inaugurada em 20 de julho, mas também em “pré-operação”, e a transposição de 4 mil l/s da Billings para a Taiaçupeba, que está três meses atrasada e só deve entrar em operação em outubro."
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