sexta-feira, 31 de julho de 2015

O atentado terrorista contra o Instituto Lula é filho da permissividade com que manifestações de ódio vem sendo tratadas no Brasil


Marcello Reis, do Retardados Online, é um dos propagadores do ódio e da violência

por : Paulo Nogueira

O atentado terrorista contra o Instituto Lula é filho da permissividade com que manifestações de ódio 
vem sendo tratadas no Brasil.
A impunidade leva a novos degraus.
Primeiro você xinga, calunia, massacra nas redes sociais. Depois, começa a jogar bombas.
O Brasil tem que adotar uma política de tolerância zero com o ódio.
Em Nova York, nos anos 1990, o então prefeito Michael Bloomberg revolucionou o combate à 
criminalidade com a adoção da tolerância zero.
O sujeito que fazia xixi em área pública, se não coibido, depois estava cometendo pequenos furtos, e 
depois sabe-se lá o que ele faria.
O papel da extrema direita na disseminação do ódio impune, em geral pela mídia, é central.
Veja o que algumas pessoas falaram a respeito do atentado.
No Twitter, Danilo Gentili escreveu que Lula forjou o ataque, e que o máximo que ele conseguiu foi 
as pessoas lamentarem que ele não estivesse lá na hora.
Piada?
Na verdade, crime. Gentili acha que pode fazer uma acusação grave dessas sem nenhuma 
consequência.
E não dá para culpá-lo. Ele foi processado por racismo por um negro depois de mandá-lo comer 
bananas.
O juiz disse que não havia ofensa.
Felipe Moura Brasil, blogueiro da Veja que ultrapassou qualquer limite da sanidade, também disse 
que Lula inventou a bomba.
“A melhor defesa para o PT é se atacar”, escreveu ele no Twitter.
Lobão fez o que se espera de Lobão.
Numa sociedade civilizada, você não pode fazer uma acusação tão grave, e com tamanha dose de 
ódio irracional, e não responder por isso criminalmente.
Mas é o que acontece no Brasil de hoje.
A Justiça é o que é, mas mesmo assim os promotores do ódio e os assassinos de reputação têm que 
ser processados.
No mínimo, eles enfrentarão aborrecimentos. E terão que arcar com despesas de advogados.
O que não pode acontecer é nada.
Neste sentido, Lula merece aplausos por decidir processar o diretor de redação da Veja e os 
repórteres que assinaram a matéria sobre a delação que não existiu.
Romário deveria fazer o mesmo.
Talvez a perspectiva de um passivo jurídico elevado leve as empresas jornalísticas a refrear seus 
aloprados.
O Brasil não haverá de ser para sempre a terra do valetudo jornalístico. Uma hora a opinião pública 
exigirá penas duras para assassinos de reputação homiziados na mídia.
Aconteceu em países avançados, e acontecerá também no Brasil.
Agora mesmo, nestes dias, a revista americana Rolling Stone enfrenta uma ação de indenização de 
7,5 milhões de dólares por haver relatado um estupro numa universidade com uma série de erros 
factuais.
No plano das coisas previsíveis, até o momento em que escrevo não aparecera nenhuma 
manifestação de solidariedade a Lula de FHC, de Aécio e do PSDB.
Mas o que importa agora é reprimir os agentes do ódio. Tolerância zero com eles.
Ou o Brasil acaba com o ódio ou o ódio acaba com o Brasil.
É tempo de fazermos a escolha.
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