sábado, 4 de julho de 2015

CIRO DE OLHO NO PDT MIRANDO O PLANALTO EM 2018


Deputados pedetistas dão como certo que os irmãos Ciro e Cid Gomes, ex-ministros e ex-
governadores do Ceará, estão de malas prontas para deixar o Pros e entrar no PDT; o que é 
apontado como principal fator da nova filiação é a possibilidade de ser costurada a 
candidatura de Ciro à presidência da República em 2018 pelo PDT – com o aval do presidente 
da legenda, Carlos Lupi

Rede Brasil Atual

Brasília – Deputados pedetistas dão como certo que os irmãos Ciro e Cid Gomes, ex-ministros e ex-governadores do Ceará, estão de malas prontas para deixar o Pros e entrar no PDT. Ambos desembarcaram em Brasília na última terça-feira (30) para uma conversa com caciques da legenda e podem formalizar a troca do partido nos próximos dias. Segundo parlamentares ligados aos Gomes, a mudança se dá em razão de desconforto observado entre eles e seu grupo político com o Pros, desde o ano passado. Mas o que é apontado como principal fator da nova filiação é a possibilidade de ser costurada a candidatura de Ciro à presidência da República em 2018 pelo PDT – com o aval do presidente da legenda, Carlos Lupi.
O problema, de acordo com um deputado cearense, tem sido as resistências observadas por integrantes do PDT no Ceará, que há anos são adversários dos irmãos Gomes, e do grupo do senador Cristovam Buarque (DF) – que embora não tenha se posicionado, anseia em ver o ex-governador do Distrito Federal também candidato à presidência em 2018.
Ciro Gomes foi candidato à presidência duas vezes, pelo PPS: em 1998 e em 2002. Depois, no PSB, assumiu o ministério da Integração Nacional, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele cogitou a possibilidade de voltar a se candidatar à presidência pelo PSB, mas não encontrou oportunidade diante da ambição do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, de disputar a vaga (Campos encabeçou a chapa no ano passado até 13 de agosto, quando morreu em acidente de avião e foi substituído por Marina Silva).
Carlos Lupi e outros nomes do PDT nunca esconderam a possibilidade da sigla – que já teve seu fundador, Leonel Brizola, duas vezes candidato, em 1989 e em 1994 –, voltar a ter um nome com estofo suficiente para disputar a sucessão da presidenta Dilma Rousseff daqui a três anos.
Hoje, Ciro e Cid comandam um grupo político formado por 80 prefeitos, 13 deputados estaduais, dois deputados federais e mais de duas centenas de vereadores, além de ex-prefeitos e lideranças políticas municipais do Ceará.
De acordo com políticos cearenses ligados ao grupo, eles também teriam ensaiado a possibilidade de se articular com dirigentes do PSB para retornar à legenda, poucos meses atrás, mas terminaram se definindo pelo PDT. Procurado, o líder pedetista na Câmara, deputado André Figueiredo (CE), evitou oficializar informações já confirmadas pelos colegas. Figueiredo confirmou as reuniões mas disse que tudo ainda está na base das conversas iniciais. E deixou claro que o partido está “de braços abertos para recebê-los”.
‘Com carinho’
Recentemente, em entrevista ao jornal O Globo, Ciro Gomes, que hoje trabalha como executivo na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), disse que “pensa com muito carinho em 2018”.
Embora o grupo político dos Gomes tenha saído do PSB por não ter concordado com o rompimento dos socialistas com o governo, o que se fala nos bastidores é que, nos últimos tempos, o relacionamento dos irmãos Ciro e Cid com o PT e o governo Dilma Rousseff anda estremecido.
Depois da saída do Ministério da Educação – num episódio em que o então ministro foi flagrado chamando os deputados de “achacadores” – Cid Gomes repetiu a declaração em audiência pública na Câmara e se viu obrigado a deixar o governo. Na época, tanto ele como o irmão criticaram o que chamaram de dependência da presidenta dos grupos conservadores instalados no Congresso Nacional.
Em segundo lugar, porque Ciro Gomes demonstrou publicamente seu descontentamento com as medidas anunciadas por Dilma em seu segundo governo em relação ao ajuste fiscal. E, principalmente, com a escolha do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com cujos métodos não concorda.
No início do ano, porém, o cenário era outro e Cid Gomes tentou negociar a criação de um novo partido a ser formado por integrantes de outras legendas, com o intuito de compor um bloco político que pudesse se contrapor ao poder do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nas votações da Casa. A estratégia não teve seguimento depois da saída de Cid do Ministério da Educação.
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