terça-feira, 16 de junho de 2015

O parente distante e operador próximo de Beto Reich



Luis Nassif

Nesses tempos de manipulação de notícias, não há nada de mais ridículo do que a caracterização 
permanente de Luiz Abi como "parente distante" do governador paranaense Beto Richa.
Qual a relevância de ser parente próximo ou distante? O fato que interessa é que Luiz Abi era 
operador de Richa, o sujeito que valendo-se da influência conferida pelo governador aparelhou o 
Estado com quadrilhas de toda espécie. Esse é o ponto central, independentemente do parentesco.

Do Jornal de Londrina

Luiz Abi interferia nas fiscalizações da Receita, diz auditor; Mesmo sem ter cargo na Receita 
Estadual, o parente distante do governador Beto Richa (PSDB) teria voz de comando no órgão, 
denunciou Luiz Antônio de Souza

Fábio Silveira

O empresário Luiz Abi Antoun, parente distante do governador Beto Richa (PSDB), interferia nas 
fiscalizações da Receita Estadual em Londrina, inclusive encerrando fiscalizações. Um dos casos em 
que a atividade teria sido finalizada por ordem de Luiz Abi foi o da GV Alumínios, que pertence a 
um sócio dos filhos do primo de Richa em outra empresa, a Alumpar. A GV Alumínios contribuiu 
com R$ 5 mil para a campanha de Gustavo Richa (PHS) a deputado estadual no ano passado – ele 
não foi eleito e cumpre mandato como vereador em Londrina. Já a Alumpar contribuiu com R$ 100 
mil para a campanha de Beto Richa à reeleição, também no ano passado, como mostra prestação de 
contas da campanha do tucano junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Esse é um dos casos de interferência de Luiz Abi nas ações da Receita Estadual denunciados pelo 
auditor fiscal Luiz Antônio de Souza ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime 
Organizado (Gaeco). Souza colabora com as investigações a partir de um acordo de delação 
premiada. Segundo o auditor, a fiscalização foi aberta em 2011 pelo então inspetor regional de 
Fiscalização, Milton Digiácomo.
Segundo Souza, o auditor destacado para essa fiscalização foi Amado Batista Luiz, que também foi 
preso preventivamente na semana passada, na segunda fase da Operação Publicano. “O fiscal 
efetivamente iniciou a fiscalização na GV Alumínios, contudo, logo em seguida, veio a ordem de 
Luiz Abi para encerrar a investigação sem autuação”, disse Souza em depoimento prestado ao Gaeco 
em 4 de maio. Ainda conforme o delator, “Luiz Abi passou essa ordem para Márcio de Albuquerque 
Lima”. Lima era o delegado da Receita em Londrina na época. A nomeação dele é atribuída por 
Souza a Luiz Abi, que embora não tivesse cargo no governo, era considerado “eminência parda” na 
gestão de Beto Richa.
A fiscalização foi encerrada sem que a GV Alumínios tivesse entregado a documentação pedida pela 
Receita Estadual. Conforme Souza, o relatório feito pelo auditor diz que a fiscalização foi realizada e 
que “a empresa estava regular, apesar de sequer ter realizado efetivamente a fiscalização”.
A reportagem não conseguiu fazer contato com a GV Alumínios ontem à tarde. O advogado de Luiz 
Abi, Antônio Carlos Coelho Mendes, disse que não daria entrevista ao repórter.
InvestigaçõesO Gaeco começa a ouvir nesta semana as 50 pessoas que foram presas na semana passada, na 
deflagração da segunda fase da Operação Publicano. Um dos depoimentos mais esperados é o de 
Luiz Abi, considerado pelos investigadores como responsável pela indicação dos cargos de chefia na 
Delegacia da Receita Estadual em Londrina e um dos “cabeças” do suposto esquema sob 
investigação. A Operação Publicano investiga a denúncia de que auditores fiscais, contadores e 
empresários teriam formado uma “organização criminosa” para favorecer a sonegação de impostos 
mediante o pagamento de propina.
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