terça-feira, 9 de junho de 2015

No México, PRI vence em uma das eleições mais violentas das últimas décadas


Ação do Exército e de policiamento comunitário aumentaram a tensão em Tixtle

O PRI (Partido Revolucionário Institucional), partido do presidente Enrique Peña Nieto, venceu as 
eleições realizadas neste domingo (07/06) no México — considerada uma das mais violentas das 
últimas décadas, com um saldo de 16 candidatos assassinados a tiros. Com o resultado, ele poderá 
contar com maioria para controlar a Câmara dos Deputados em aliança com o Partido Verde e a 
Nova Aliança, que juntos obtiveram cerca de 247 deputados.
Com participação de 46,9% dos mexicanos, a maior desde 1997, os movimentos sociais não 
conseguiram realizar o boicote nacional às eleições como forma de protesto à falta de resposta do 
governo ao caso dos 43 estudantes de Ayotzinapa, desaparecidos desde setembro do ano passado. 
Mas, nos estados de Guerrero, Chiapas e Oaxaca, foram registrados diversos incidentes, como 
queima de urnas e cédulas.
Em Tixtle, no estado de Guerrero, município mais próximo à escola de Ayotzinapa, onde os jovens 
desaparecidos estudavam, os pais dos estudantes queimaram, em forma de protesto, mais de 20% das 
urnas, dificultando a votação nessa localidade, que chegou a ser anulada, apesar de a decisão final só 
ser conhecida após a apuração total.
Resultado
Nesta votação, os mexicanos renovaram a Câmara de deputados e os congressos de 17 estados, além 
de eleger nove governadores e quase 900 vereadores.
Apesar da vitória, o PRI obteve 28,77% dos votos. Assim, o partido terá que negociar alianças 
sobretudo com o Partido Verde, que teve 7,16% da preferência do eleitorado. O resultado não 
significa, necessariamente, uma avaliação positiva do governo do mandatário, observam analistas. A 
atual gestão enfrenta diversas denúncias de corrupção e vê aumentar o poder do narcotráfico, além 
dos protestos por conta dos estudantes desaparecidos de Ayotzinapa. Neste cenário, Peña Nieto conta 
com aprovação de 32% da população — a menor em décadas para um presidente na metade do 
mandato.
O PAN (Partido Ação Nacional) foi o segundo colocado, com 20,.83% dos votos. Já o PRD (Partido 
da Revolução Democrática), de centro-esquerda, ficou em terceiro lugar, com 10.67%, e é 
considerado o grande derrotado das eleições, uma vez que perdeu quase metade dos deputados que 
contava na última legislatura.
O Morena (Movimento de Regeneração Nacional), do ex-candidato presidencial Andrés Manuel 
López Obrador, e fundado no ano passado, obteve 8,62% dos votos, tornando-se a quarta força 
política do país. Analistas consideram que o resultado possa impulsionar a candidatura de Obrador 
nas eleições de 2018.


Vitória de "El Bronco" foi possível graças à reforma eleitoral realizada ano passado

"Segunda Revolução Mexicana"
A novidade da eleição, no entanto, foi a vitória do candidato independente Jaime Rodríguez 
Calderón, apelidado de “El Bronco” (o rústico), para governador no estado de Nuevo León, o 
segundo mais importante do país, com 49,5% dos votos.
“Nuevo León será o começo da Segunda Rrevolução Mexicana, que mudará a consciência. Nuevo 
León deu mostras hoje de que nas urnas se pode mudar as coisas. Vamos dar seis anos de férias para 
os partidos, vamos trabalhar”, disse Calderón após a vitória.
Desde o começo da campanha, El Bronco afirmara que seu objetivo era acabar com o bipartidarismo 
no estado, que sempre se revezou entre o PRI e o PAN.
Entre suas propostas, estão "romper com a política tradicional", "combater a corrupção" e oferecer 
transporte gratuito a estudantes
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