terça-feira, 30 de junho de 2015

DILMA ENFRENTA O GOLPE PARAGUAIO



“Eu não respeito delator”, disse a presidente Dilma Rousseff na tarde desta segunda-feira, em sua 
primeira reação pública ao depoimento do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa. Em breve 
conversa com a imprensa após encerrar, em Nova York, um seminário sobre oportunidades de 
investimento em infraestrutura no Brasil (…):
– Não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer 
irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo porque, se insinuam, alguns têm 
interesses políticos declarou.
Dilma citou o tucano Aécio Neves, argumentando que se ela recebeu R$ 7,5 milhões da UTC no 
segundo turno da campanha presidencial de 2014, o candidato do PSDB também foi agraciado 
“com uma diferença muito pequena de valores”.
- A minha campanha recebeu dinheiro legal, registrado, de R$ 7 milhões, R$ 7,5 milhões. Na 
mesma época que eu recebi os recursos, pelo menos uma das vezes, o candidato que concorreu 
comigo recebeu também, com uma diferença muito pequena de valores – dissse Dilma para 
depois acrescentar ao ser perguntada se estava falando de Aécio Neves: – Eu estou falando do 
Aécio Neves, só tinha um candidato que concorreu comigo, não tinham dois.
A presidente lembrou que aprendeu cedo a não gostar de Joaquim Silvério dos Reis, o traidor da 
Inconfidência Mineira:
– Tem uma coisa que me acompanhou ao longo da vida. Em Minas, na escola, quando você 
aprende sobre a Inconfidência Mineira, tem um personagem que a gente não gosta porque as 
professoras nos ensinam a não gostar dele. Ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator. 
Eu não respeito delator.
Joaquim Silvério dos Reis foi responsável por delatar à Coroa portuguesa a Inconfidência Mineira, 
movimento pela proclamação da República em Vila Rica, hoje Ouro Preto (MG). (…)
– Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar em uma 
delatora; a ditadura fazia isso com as pessoas presas. E eu garanto para vocês que eu resisti 
bravamente, até em alguns momentos fui mal interpretada, quando eu disse que, em tortura, a 
gente tem de resistir, porque senão você entrega seus presos. Então, não respeito nenhum. 
Agora, acho que a Justiça de pegar tudo o que ele disse e investigar. Tudo, sem exceção. A 
Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal.
Quando a perguntaram se pretende tomar alguma providência, ela foi categórica:
– Se ele falar sobre mim, eu tomo.
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