Enquanto polícia militar venezuelana protegia os senadores, eles divulgavam a falsa versão de
que o governo da Venezuela ameaçava sua integridade física.
Patricia Faermann
Jornal GGN - Uma manifestação popular contra a comitiva de oito senadores brasileiros da oposição em Caracas, na Venezuela, tornou-se, em poucas horas, um incidente diplomático. A rápida mobilização dos senadores diante da imprensa possibilitou que o pequeno tumulto se transformasse em uma atentado planejado pelos governos Dilma e Maduro.
Estavam na comitiva Aloysio Nunes (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB), José Medeiros (PPS), Agripino Maia (DEM), Ricardo Ferraço (PMDB) e Sérgio Petecão (PSD), acompanhados de quem possivelmente seria o alvo dos manifestos: a ex-deputada venezuelana oposicionista cassada pelo Parlamento, María Corina Machado, e esposas dos políticos opositores presos.
A comitiva estava a caminho do presídio para visitar Leopoldo López, preso político pelo governo venezuelano de Nicolás Maduro. No Brasil, uma das primeiras declarações à imprensa foi do tucano Aloysio Nunes à Veja, enquanto ainda estava dentro da van, aguardando uma decisão.
"Nós fomos hostilizados por um grupo de manifestantes, de umas 200 pessoas, e arregimentados pelo governo ditatorial da Venezuela, que cercaram o nosso ônibus, agrediram com pedras, a pauladas, pontapés o nosso carro, não podemos prosseguir porque o governo bloqueou todas as nossas vias de acesso do aeroporto até o caminho que iríamos pegar para ir ao presídio. Nós estamos aqui firmes, esperando ainda a solução para podermos cumprir a nossa missão, que é de solidariedade da luta pela democracia na Venezuela, e de democracia na América Latina", disse o senador, por whatsapp ao jornal.
Naquele momento, a van com os senadores estava sendo protegida pela polícia militar venezuelana. A acusação contra o governo nas palavras de Aloysio Nunes foi o pontapé para armar a "luta diplomática" que seria desenhada na cobertura da imprensa, ao longo do dia, estendendo-se para esta sexta-feira (19).
Depois de a Veja publicar "Manifestantes atacam comitiva de senadores brasileiros em Caracas", o Globo manchetou "Comitiva de senadores volta ao Brasil após hostilidade em Caracas, e governo protesta", o El País deu sequência: "Hostilizados na Venezuela, senadores abortam missão e cobram Dilma", e assim por diante.
Na Venezuela, a cobertura foi mais alinhada com os fatos concretos, com os veículos noticiando a volta dos senadores ao Brasil, sem atingir o objetivo da visita ao presídio. "Senadores de Brasil no logran visitar a los presos políticos", publicou o El Salvador; "Brasil pedirá a Venezuela aclarar lo ocurrido con sus senadores", divulgou o El Universal.
Até então, a ida dos senadores não cumpria função objetivamente diplomática, nas palavras do próprio senador Aécio Neves (PSDB-MG), que caracterizou a viagem como uma "missão política e talvez até diplomática, fazendo aquilo que o governo brasileiro deveria ter feito a muito tempo, defendendo a liberdade, a democracia, a libertação dos presos e eleições livres na Venezuela", afirmou, em vídeo divulgado momentos antes da decolagem à Venezuela.
Posteriormente, diante das manifestações, Aécio encarou o fato como um atentado diplomático: "o que estamos assistindo é uma escalada da violência na Venezuela, atingindo limites absolutamente inaceitáveis. O governo brasileiro tem o dever de se manifestar de forma formal e dura contra a agressão que os senadores brasileiros estão sofrendo hoje em Caracas", disse, dentro da van, a jornalistas:
Patricia Faermann
Jornal GGN - Uma manifestação popular contra a comitiva de oito senadores brasileiros da oposição em Caracas, na Venezuela, tornou-se, em poucas horas, um incidente diplomático. A rápida mobilização dos senadores diante da imprensa possibilitou que o pequeno tumulto se transformasse em uma atentado planejado pelos governos Dilma e Maduro.
Estavam na comitiva Aloysio Nunes (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB), José Medeiros (PPS), Agripino Maia (DEM), Ricardo Ferraço (PMDB) e Sérgio Petecão (PSD), acompanhados de quem possivelmente seria o alvo dos manifestos: a ex-deputada venezuelana oposicionista cassada pelo Parlamento, María Corina Machado, e esposas dos políticos opositores presos.
A comitiva estava a caminho do presídio para visitar Leopoldo López, preso político pelo governo venezuelano de Nicolás Maduro. No Brasil, uma das primeiras declarações à imprensa foi do tucano Aloysio Nunes à Veja, enquanto ainda estava dentro da van, aguardando uma decisão.
"Nós fomos hostilizados por um grupo de manifestantes, de umas 200 pessoas, e arregimentados pelo governo ditatorial da Venezuela, que cercaram o nosso ônibus, agrediram com pedras, a pauladas, pontapés o nosso carro, não podemos prosseguir porque o governo bloqueou todas as nossas vias de acesso do aeroporto até o caminho que iríamos pegar para ir ao presídio. Nós estamos aqui firmes, esperando ainda a solução para podermos cumprir a nossa missão, que é de solidariedade da luta pela democracia na Venezuela, e de democracia na América Latina", disse o senador, por whatsapp ao jornal.
Naquele momento, a van com os senadores estava sendo protegida pela polícia militar venezuelana. A acusação contra o governo nas palavras de Aloysio Nunes foi o pontapé para armar a "luta diplomática" que seria desenhada na cobertura da imprensa, ao longo do dia, estendendo-se para esta sexta-feira (19).
Depois de a Veja publicar "Manifestantes atacam comitiva de senadores brasileiros em Caracas", o Globo manchetou "Comitiva de senadores volta ao Brasil após hostilidade em Caracas, e governo protesta", o El País deu sequência: "Hostilizados na Venezuela, senadores abortam missão e cobram Dilma", e assim por diante.
Na Venezuela, a cobertura foi mais alinhada com os fatos concretos, com os veículos noticiando a volta dos senadores ao Brasil, sem atingir o objetivo da visita ao presídio. "Senadores de Brasil no logran visitar a los presos políticos", publicou o El Salvador; "Brasil pedirá a Venezuela aclarar lo ocurrido con sus senadores", divulgou o El Universal.
Até então, a ida dos senadores não cumpria função objetivamente diplomática, nas palavras do próprio senador Aécio Neves (PSDB-MG), que caracterizou a viagem como uma "missão política e talvez até diplomática, fazendo aquilo que o governo brasileiro deveria ter feito a muito tempo, defendendo a liberdade, a democracia, a libertação dos presos e eleições livres na Venezuela", afirmou, em vídeo divulgado momentos antes da decolagem à Venezuela.
Posteriormente, diante das manifestações, Aécio encarou o fato como um atentado diplomático: "o que estamos assistindo é uma escalada da violência na Venezuela, atingindo limites absolutamente inaceitáveis. O governo brasileiro tem o dever de se manifestar de forma formal e dura contra a agressão que os senadores brasileiros estão sofrendo hoje em Caracas", disse, dentro da van, a jornalistas:
Em vídeo da TV Senado, mais algumas imagens repetem as cenas de um grupo pequeno de pessoas manifestando ao redor do carro.
A dificuldade enfrentada pelo grupo de senadores ocorreu após o pequeno manifesto. Depois de estacionar, a van tentou se locomover, mas as ruas e avenidas ao redor estavam bloqueadas, fazendo os parlamentares retornarem ao aeroporto.
Apesar de contar com a proteção da Polícia Militar, na segurança contra os manifestantes, os senadores acreditam que o governo de Nicolás Maduro planejou o cerco. "Essa posição foi toda montada pelo governo, não tenho a menor dúvida em relação a isso", disse o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Em gravação, repercutida pelo canal Lapatilla, a ex-deputada venezuelana oposicionista, María Corina Machado, reafirmou o discurso dado pelos senadores brasileiros, de que seria uma "armação" do governo venezuelano para não apresentar aos parlamentares a realidade do país:
Toda a movimentação midiática possibilitou a extensão do discurso de que a comitiva teria sido reprimida. Já na Casa Legislativa, os senadores aproveitaram para acusar a presidente Dilma nas manifestações contra eles: "Fomos metidos numa arapuca com cumplicidade do governo brasileiro", disse Aloysio, "ordem para não acompanhar senadores saiu do Itamaraty", chegou a afirmar o deputado Raul Jungmann (PPS-PE).
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