segunda-feira, 4 de maio de 2015
Richa é o Aécio que venceu as eleições
Separados no nascimento
por : Kiko Nogueira
O silêncio do PSDB em relação à truculência da PM paranaense contra os professores é sintomática do oportunismo e da indignação coletiva de seus dirigentes.
Onde está a histeria de um Carlos Sampaio, o Carimbador Maluco? Onde foi parar Aloysio Nunes e sua vontade de fazer sangrar? FCH? Serra?
Num vídeo do 1º de Maio, ao lado de Paulinho da Força e de Eduardo Cunha, Aécio falou que aquele era o “dia da vergonha, o dia que a presidente Dilma se acovardou e não teve coragem de dizer aos trabalhadores brasileiros porque eles vão pagar o preço mais duro desse ajuste”.
Ok. Instado a se manifestar sobre a pancadaria em Curitiba, foi sucinto. “Nós lamentamos profundamente”, disse. “Nada do que aconteceu em Curitiba deve ser objeto de ironia ou de críticas”.
Era isso? A batalha campal não pode ser criticada ou ironizada? Foi uma indireta a Dilma, que fez uma observação, aliás tímida e superficial, da porradaria.
Quem determina o que pode ser dito? Nenhuma palavra de solidariedade de Aécio a quem apanhou pelas mãos da polícia de um colega de legenda?
Em setembro de 2014, Aécio esteve com Richa em alguns comícios. “Vim buscar no Paraná exemplos de iniciativas para bem governar o Brasil”, discursou. Num evento tucano, ainda cravou: “Da minha geração, Beto Richa é o mais bem preparado homem público”.
Um modelo de gestão fabuloso. Entre outras coisas, os dois têm em comum a faixa etária (ambos nos 50) e o fato de ser membros de uma dinastia política. Richa é o Aécio que venceu as eleições e cujo preço os paranaenses pagam com pitbulls.
Secretário de Segurança do Paraná ostenta arma na cintura em programa de TV. Fernando
Francischini (SD), gosta de falar em público e dar entrevistas. Mas desde a operação policial
que deixou quase 200 feridos –a maioria professores– em um protesto de servidores, na quarta
(29), ele anda calado.
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