A capa de Época deste fim de semana contra o ex-presidente Lula é tão ruim, mas tão ruim
que não conseguiu repercussão nem no Jornal Nacional, da Globo; eis os motivos: (1) Silvia
Faria, diretora de jornalismo da TV Globo, não engole o estilo de Diego Escosteguy, que dirige
a parte policial de Época; (2) a reportagem extrapola os limites da canalhice ao condenar Lula
como "operador" de um esquema, a partir de uma denúncia de caráter político aberta há uma
semana (!!!) pelo Ministério Público; (3) o que o texto demonstra é, na verdade, o lobby de
Época em favor de uma empreiteira chinesa, a Gezhouba, e não o de Lula em favor da
Odebrecht; diante de uma matéria que envergonha o jornalismo, a questão: por que tanto
medo de que as cenas acima, de Lula tomando posse em 2002 e 2006, voltem a se repetir?
247 - Com uma das reportagens mais canalhas dos últimos anos, Época bem que tentou, mas não
Eis o texto da revista:
"ÉPOCA obteve, com exclusividade, documentos que revelam: o núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu, há uma semana, investigação contra Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil".
Em tempos normais, antes da contaminação do jornalismo por uma agenda política e ideológica ensandecida, essa descoberta mereceria, no mínimo, uma nota de rodapé.
A matéria, que produziu a capa escandalosa de Época, portanto, envergonha o jornalismo e também mancha a reputação do Ministério Público, comandado por Rodrigo Janot, como demonstra artigo do jornalista Luis Nassif (leia aqui).
Lobby em favor de empreiteiras chinesas
Época, que pertence à Globo, não conseguiu ser repercutida no Jornal Nacional, também da Globo, por múltiplas razões. A principal, o fato de a matéria ser um traque. A segunda, a péssima imagem que Silvia Faria, diretora de Jornalismo da Globo, tem do jornalista Diego Escosteguy, que dirige a parte policial de Época.
O terceiro é outro aspecto polêmico da reportagem. O texto de Época é nascido do lobby. Em vez de revelar lobby de Lula em favor da Odebrecht, demonstra apenas que a revista fez lobby por uma empreiteira chinesa derrotada pela construtora brasileira na China e na América Latina.
Ao comentar uma obra na República Dominicana, Época entrega o ouro:
"As concorrentes da Odebrecht contestaram imediatamente na Justiça o resultado da licitação. Em abril de 2014, dias após a Odebrecht assinar o contrato, advogados do grupo chinês Gezhouba alertaram o BNDES, em ofício, da pendência judicial".
Certo, portanto, na visão de Época seria o BNDES não financiar uma obra de uma construtora brasileira, e abrir as portas para a expansão de empreiteiros chineses, num momento de grande disputa geopolítica – quem quiser saber mais a respeito, deve pesquisar sobre a expressão "Chináfrica".
Aliás, as empreiteiras chinesas têm notórios lobistas que vêm se movimentando com frequência por Brasília e por redações de veículos de comunicação nas últimas semanas.
Medo de Lula em 2018
Época não saiu no JN, mas cumpriu uma missão para a Globo: a de tentar colocar mais uma pedra no caminho da eventual volta de Lula, em 2018. A esse respeito, eis o que escreveu o jornalista Leandro Fortes, no texto "jornalismo de encomenda":
Aí, um núcleo do Ministério Público em Brasília abre uma "investigação" porque descobriu que o ex-presidente Lula, como todos os ex-presidentes do planeta, usa de seu prestígio no exterior para conseguir negócios para empresas brasileiras.
Logo em seguida, a "investigação" é entregue à revista Época.
Quem ainda tem alguma dúvida de que, com a ajuda de parte do Judiciário, o Ministério Público vai trabalhar para tentar interditar a candidatura de Lula, em 2018?
Ao que Lula respondeu: "pois é o seguinte, não me chame pra briga, porque eu sou bom de briga e eu gosto dessa briga" (saiba mais aqui).
247 - Com uma das reportagens mais canalhas dos últimos anos, Época bem que tentou, mas não
conseguiu nem 30 segundos de Jornal Nacional.
Trata-se da capa que retrata o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como "operador" de um
Trata-se da capa que retrata o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como "operador" de um
esquema no BNDES para favorecer a construtora Odebrecht.
As provas? Quais seriam? Alguma condenação? Algum batom na cueca? Nada.
Apenas a investigação aberta há apenas uma semana – isso mesmo, uma semana – pelo Ministério
Público Federal.
Eis o texto da revista:
"ÉPOCA obteve, com exclusividade, documentos que revelam: o núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu, há uma semana, investigação contra Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil".
Em tempos normais, antes da contaminação do jornalismo por uma agenda política e ideológica ensandecida, essa descoberta mereceria, no mínimo, uma nota de rodapé.
A matéria, que produziu a capa escandalosa de Época, portanto, envergonha o jornalismo e também mancha a reputação do Ministério Público, comandado por Rodrigo Janot, como demonstra artigo do jornalista Luis Nassif (leia aqui).
Lobby em favor de empreiteiras chinesas
Época, que pertence à Globo, não conseguiu ser repercutida no Jornal Nacional, também da Globo, por múltiplas razões. A principal, o fato de a matéria ser um traque. A segunda, a péssima imagem que Silvia Faria, diretora de Jornalismo da Globo, tem do jornalista Diego Escosteguy, que dirige a parte policial de Época.
O terceiro é outro aspecto polêmico da reportagem. O texto de Época é nascido do lobby. Em vez de revelar lobby de Lula em favor da Odebrecht, demonstra apenas que a revista fez lobby por uma empreiteira chinesa derrotada pela construtora brasileira na China e na América Latina.
Ao comentar uma obra na República Dominicana, Época entrega o ouro:
"As concorrentes da Odebrecht contestaram imediatamente na Justiça o resultado da licitação. Em abril de 2014, dias após a Odebrecht assinar o contrato, advogados do grupo chinês Gezhouba alertaram o BNDES, em ofício, da pendência judicial".
Certo, portanto, na visão de Época seria o BNDES não financiar uma obra de uma construtora brasileira, e abrir as portas para a expansão de empreiteiros chineses, num momento de grande disputa geopolítica – quem quiser saber mais a respeito, deve pesquisar sobre a expressão "Chináfrica".
Aliás, as empreiteiras chinesas têm notórios lobistas que vêm se movimentando com frequência por Brasília e por redações de veículos de comunicação nas últimas semanas.
Medo de Lula em 2018
Época não saiu no JN, mas cumpriu uma missão para a Globo: a de tentar colocar mais uma pedra no caminho da eventual volta de Lula, em 2018. A esse respeito, eis o que escreveu o jornalista Leandro Fortes, no texto "jornalismo de encomenda":
Aí, um núcleo do Ministério Público em Brasília abre uma "investigação" porque descobriu que o ex-presidente Lula, como todos os ex-presidentes do planeta, usa de seu prestígio no exterior para conseguir negócios para empresas brasileiras.
Logo em seguida, a "investigação" é entregue à revista Época.
Quem ainda tem alguma dúvida de que, com a ajuda de parte do Judiciário, o Ministério Público vai trabalhar para tentar interditar a candidatura de Lula, em 2018?
Ao que Lula respondeu: "pois é o seguinte, não me chame pra briga, porque eu sou bom de briga e eu gosto dessa briga" (saiba mais aqui).
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