sexta-feira, 22 de maio de 2015

Grito da Terra: Dilma recebe agricultores e promete ampliar ações para fortalecer setor


Iniciativas firmadas com a Contag incluem moradias populares no campo, estímulo à 
produção, incremento de cursos técnicos e fixação dos jovens na pequena produção

A expansão de dois programas do Executivo, a serem executados de forma integrada – o Minha 
Casa, Minha Vida Rural e o Quintais Produtivos, voltados respectivamente para moradia popular e 
ampliação da pequena produção agrícola –, além de ações de fortalecimento da agricultura familiar 
até 2018, do incremento de cursos técnicos por meio do Pronatec e medidas de estímulo aos jovens 
para permanecerem no campo. Estes foram os compromissos assumidos pela presidenta Dilma 
Rousseff, na noite de ontem (21), em atendimento à pauta reivindicada pelos agricultores durante o 
21º Grito da Terra. As principais ações serão divulgadas e detalhadas em 15 de junho, durante o 
lançamento do Plano Safra 2015-2016.
A presidenta recebeu, no Palácio do Planalto, representantes de uma comissão de negociação de 
entidades como Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Movimento 
Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR). O encontro também contou com os 
ministros Miguel Rosseto (Secretaria-Geral da Presidência), Manoel Dias (Trabalho e Emprego) e 
Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário). Após a reunião, Dilma posou para fotos, sorridente e de 
mãos dadas, com vários agricultores.
O presidente da Contag, Alberto Broch, afirmou que a reunião representou o compromisso, por parte 
do governo, de lançar nos próximos meses um programa de assistência técnica para a agricultura 
familiar, uma antiga reivindicação. Broch disse que está sendo articulado também, conforme o que 
foi acordado, uma espécie de “pacto federativo” para comercialização de produtos provenientes de 
pequenas propriedades rurais. “Isso será um grande avanço para o setor”, enfatizou, sem no entanto 
explicar a forma como será tratado esse pacto.
Patrus Ananias, por sua vez, destacou que a reunião foi positiva, principalmente, por ter sido 
marcada pela apresentação, por parte de Dilma Rousseff, das diretrizes do seu governo para o 
desenvolvimento agrário. “O governo está comprometido com uma reforma agrária pacífica, 
democrática e efetiva para o país e pretende fortalecer essa reforma agrária por meio do 
desenvolvimento e expansão da agricultura familiar”, acentuou.
O Minha Casa, Minha Vida Rural, de acordo com informações da Caixa Econômica Federal, fechou 
2014 com 180 mil contratações de unidades habitacionais e deverá ter continuidade, mesmo com o 
ajuste fiscal que está sendo implantado. Já o programa Quintais Produtivos, tem como objetivo 
ampliar a capacidade produtiva e aumento da renda dos pequenos produtores rurais.
Grito da terra
A 21ª edição do Grito da Terra Brasil, que começou segunda-feira (18) e vai até hoje (22) em todo o 
país, tem como tema “Desenvolvimento Rural Sustentável com Garantia de Direitos e Soberania 
Alimentar”. Este ano, o movimento está sendo realizado de forma descentralizada nos estados. 
Conforme a pauta divulgada pela Contag, as reivindicações incluem desde combate ao trabalho 
infanto-juvenil, passando por saúde, educação, reforma agrária, crédito agrícola e preservação do 
meio ambiente.
Segundo o secretário do meio ambiente da entidade, Antônio Rovaris, o Antoninho, alguns temas 
estão avançando, mas outros ainda têm negociações travadas, motivo pelo qual as mobilizações que 
estão sendo realizadas ao longo da semana são tão importantes. Além da reunião com a presidenta 
Dilma, os agricultores participaram de um total de 15 audiências em Brasília, nos últimos dias, com 
diversos ministérios.
"O trabalho feito neste período é fundamental para fazermos nossas solicitações, inclusive em termos 
locais. Há problemas relacionados à área de saúde, por exemplo, que são mais sérios em uns estados 
que em outros", explicou André Vieira, um dos representantes da entidade em Goiás.
Em abril, a Contag pediu ao governo o repasse de R$ 53 bilhões para a agricultura familiar este ano, 
sendo R$ 30 bilhões para custeio e investimento e R$ 23 bilhões para programas ligados ao setor. 
Com o ajuste fiscal e os cortes a serem anunciados hoje no Orçamento da União, a verba está 
comprometida, mas os agricultores aguardam o anúncio do Plano Safra para avaliar as medidas e 
ações a serem divulgadas para o segmento, conforme prometeu o governo.
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