quinta-feira, 28 de maio de 2015

GOLPE DO CUNHA: NO SHOPPING DO ACHACADOR, EMPRESAS PODEM COMPRAR OS PARTIDOS


A manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), funcionou e 
ele conseguiu, através de uma emenda do deputado federal Celso Russomano (PRB), recolocar 
em votação o financiamento empresarial de campanha; a nova proposta, que insere na 
Constituição a permissão das empresas doarem exclusivamente aos partidos - e não aos 
candidatos - foi aprovada por 330 votos; 141 deputados votaram contra; com o apoio da 
maioria dos líderes, Cunha quebrou um acordo anterior, pressionou aliados e ressuscitou o 
tema, que havia sido reprovado na votação da madrugada; após duas derrotas no primeiro dia 
de discussão da reforma política, o presidente da Câmara teve nesta quarta (27) uma vitória.

Impressionante.

Depois de reconhecer a derrota e dizer que a reforma política estava enterrada, Eduardo Cunha 
arranjou um golpezinho para ressuscitar a constitucionalização das doações das empresas para 
campanhas eleitorais.“”A Casa se manifestou, ela não está querendo mudar nada. Nenhuma 
proposta de acrescer texto à Constituição passou e me parece que nenhuma vai passar. (…) Vai 
cair a máscara daqueles dizem que querem reforma política e não votam. O Parlamento decidiu 
que tudo fica como está”, disse Cunha.
É cartesiano.
Como o tema foi rejeitado por não alcançar número e a Constituição proíbe a sua reapreciação na 
mesma legislatura, o processo “descoberto” por Cunha é uma violação do texto constitucional.
Um golpe, em português claro.
Mas, infelizmente, não há na Câmara muitos que tenham a coragem de denunciar o que está sendo 
feito.
Saudade dos tempos em que até entre bandidos os tratos eram cumpridos.
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