terça-feira, 26 de maio de 2015

A CONTRA REFORMA DE EDUARDO CU...NHA


O empenho de Cunha em aprovar o “distritão”, em vigor apenas no Afeganistão

De Jean Wyllys, no facebook: Os desmandos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, 
passaram dos limites!

Estava agendada para agora (a partir das 18h) a sessão da Comissão de Reforma Política que votaria 
o relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB) – este relatório embora não seja aquilo que nós do 
PSOL e organizações da sociedade civil como OAB, CNBB, MCCE e outras de igual relevância 
queremos é, contudo, fruto de exaustivas discussões, audiências públicas e outivas realizadas pela 
comissão especial ao longo dos últimos meses.
Eis que, a caminho do plenário onde se realizaria a sessão, sou surpreendido com a informação de 
que esta fora cancelada por decisão de Eduardo Cunha, que não está contente com o relatório do 
deputado Marcelo Castro.
Segundo informações que circulam pelos corredores da Câmara, Cunha reuniu, na residência oficial 
do presidente, um grupo reduzido de deputados aliados seus e, com estes, decidiu que o relatório de 
Castro não seria votado na comissão especial, mas, sim, no Plenário da Câmara amanhã.
As mesmas informações antecipam que Cunha destituirá Marcelo Castro da função de relator e 
nomeará Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu aliado, o novo relator da matéria em plenário.
Cunha já tinha humilhado o deputado Marcelo Castro antes em entrevista a O Globo, tratando-o 
como um qualquer sem condições de produzir o relatório que ele, Cunha, desejava. Castro se calou 
diante da humilhação.
Eduardo Cunha deseja a todo custo aprovar o sistema eleitoral batizado aqui de “distritão”, que é o 
pior dos sistemas possíveis, em vigor apenas no Afeganistão. APENAS NO AFEGANISTÃO!
Trata-se de um sistema em que é eleito apenas quem tem dinheiro e popularidade prévia: se 
aprovado, o parlamento ficará mais cheio de pastores fundamentalistas e comerciantes da fé, 
empresários ricos, apresentadores de programas sensacionalistas de tevê e rádio e jogadores de 
futebol do que já está no momento; além disso, se aprovado, qualquer governo terá que lidar com um 
varejo de deputados defendendo interesses privados que só poderá ser vencido mediante 
“mensalões” e outros esquemas hoje repudiados pela mídia em suas investidas contra o governo do 
PT.
Já pensaram nesse horror?!
Os partidos desaparecerão, as ideologias políticas idem e os movimentos sociais não terão qualquer 
chance de eleger representantes!
Ou seja, o que Cunha propõe – com a complacente cobertura de boa parte da mídia de propriedade 
privada – é uma contra-reforma política que apenas colocará mais raposas (organizações 
empresariais, banqueiros, especuladores financeiros, porta-vozes das indústrias farmacêutica, 
automobilística, de bebidas e armamentista e do agronegócio, empreiteiras e construtoras) livres no 
galinheiro.
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