quarta-feira, 8 de abril de 2015

'O CHOQUE DE GESTÃO TOMOU BOMBA EM MINAS GERAIS'


Além de derrotado nas urnas, 'o choque de gestão de Aécio Neves tomou bomba' Essa história 
desse “choque de gestão” não concedeu a Minas Gerais a condição tão propalado déficit zero. 
Muito pelo contrário: Minas teve um déficit, ano retrasado, em torno de um bilhão, ano 
passado em torno de dois bilhões e este ano, se eles estivessem no poder, teria um déficit de 
orçamento de mais de sete bilhões. Ao desmascarar esse déficit, o governador Pimentel jogou 
por terra, também, toda a propaganda aecista',  


Nas eleições norte-americanas de 1877, o magnata William Henry Smith, um dos principais 
acionistas da Western Telegraph (o monopólio estatal de telégrafo sem fio) e da Associated Press 
(única agência de notícias do país) aliou-se ao New York Times para promover a candidatura de 
Rutherford Hayes à presidência da República.
A estratégia adotada foi a de enaltecer cada espirro de Hayes e desconstruir cada declaração do 
adversário.
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Esse modelo de atuação política da mídia atravessou o século 20.
Hoje em dia tem-se uma Lei de Acesso à informação que, universalizada, permitirá construir 
indicadores de desempenho de cada governante. Mas, por enquanto, dados, especialmente estaduais, 
ficam em uma caixa preta que só é aberta quando assume um novo governador.
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É o caso do modelo de gestão de Minas Gerais, pelo PSDB.
Inicio promissor, mas gradativamente foi perdendo vitalidade especialmente depois que o ex-
governador Aécio Neves submeteu o sucessor, Antônio Anastasia, a um conjunto de acordos 
políticos que na prática desmontaram a gestão do estado.
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Esta semana o novo governador, Fernando Pimentel, divulgou no site Diagnóstico MG 
(http://migre.me/pn72E) os resultados da apuração feita sobre o trabalho do seu antecessor.
Um dos argumentos para a construção da Cidade Administração era o da redução dos custos de 
aluguéis. De 2010 a 2014, os gastos com alugueis saltaram de R$ 13 milhões para R$ 65 milhões.
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Na área da Inovação, por lei estadual o estado investe 1% do ICMS na Fapemig (Fundação de 
Amparo à Pesquisa de Minas Gerais). Em 31 de dezembro passado, estavam retidos, sem uso, cerca 
de R$ 580 milhões, o equivalente a um ano e meio de seu orçamento. Mesmo abrigando algumas das 
melhores universidades federais, o estado obteve apenas 7% dos repasses do Ministério de Ciência e 
Tecnologia, contra 27% de São Paulo e 19% do Rio de Janeiro.
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Na saúde, segundo a Secretaria estadual o rombo é de R$ 1,5 bilhão. Dos 12 hospitais regionais, 
apenas o de Uberlândia ficou pronto. Outros três não saíram do papel e oito estão com as obras 
paradas.
De janeiro de 2006 a janeiro de 2015 houve redução de quase 5 mil leitos nos hospitais que atendem 
à rede SUS, o correspondente a 13% dos leitos.
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Andou-se para trás mesmo em programas que não dependiam de recursos estaduais.
Até fins de 2014, apenas 25% dos municípios mineiros tinham acesso ao SAMU (Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência) fornecido pelo Ministério da Saúde . Minas tornou-se o terceiro 
estado do país com menor cobertura de ambulâncias. Segundo o site, bastaram três meses, para esse 
percentual saltar para 55%.
O mesmo ocorreu com a oferta de remédios na rede pública. Em janeiro faltavam 165 tipos 
diferentes de medicamentos, 77 dos quais eram de grupos de alto risco.
O belíssimo trabalho inicial da Secretaria foi desmontado, depois que acordos políticos de Aécio 
entregaram o comando a aliados políticos.
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Muitos dos vícios apontados na área federal reproduziram-se de forma muito mais intensa em Minas. 
A diferença de imagem reside unicamente na oligopolização da mídia e na forma enviesada da 
cobertura.
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