Filhos da mídia
por : Paulo Nogueira
Bresser Pereira resumiu o que acontece no Brasil de hoje: um grotesco sentimento de ódio coletivo dos ricos pelo PT e por Dilma.
Ele atribuiu a Lula e sua atribulada luta pela inclusão social de brasileiros ao longo de anos, décadas, séculos excluídos.
Mas se esqueceu de falar na contribuição milionária da imprensa para a disseminação do ódio.
A jornada de raiva da mídia começa exatamente com Lula, em 2003.
A Veja, antes uma revista respeitada e não um panfleto vil, assumiu desde logo o comando.
Dois articulistas foram chave nisso: Diogo Mainardi, na edição impressa, e Reinaldo Azevedo, na digital.
Eles deram o novo tom da revista. Falta de compromisso com os fatos e objetivo único de sabotar o governo eleito e, com ele, a democracia.
Progressivamente, o resto da imprensa foi seguindo o mesmo caminho.
Jornalistas e colunistas progressistas foram sendo afastados das redações, substituídos por derivações de Mainardi e Azevedo.
Aí foi perdido um equilíbrio tradicional: ao longo dos tempos, o direitismo dos donos encontrava um contraponto no progressismo dos chefes de redação.
Um dos exemplos notáveis disso foi Frias, o velho, e Claudio Abramo, na Folha. Ou Roberto Civita e Mino Carta, na Veja.
Foi dentro desse quadro que surgiu a multidão de vozes patronais nas principais empresas jornalísticas nacionais.
O que houve foi uma ocupação.
O pensamento diferente foi virtualmente extirpado. Mesmo a Folha, que se vangloriou durante muitos anos da pluralidade, foi ampliando os colunistas de direita e jogando fora os demais.
Não é coincidência que Reinaldo Azevedo, o símbolo do jornalismo patronal, seja hoje colunista da Folha.
Nos bastidores das redações, ocorreu o mesmo. Na Globo, ascenderam a postos essenciais jornalistas como Erick Bretas, hoje diretor de Mídias Digitais da empresa.
Bretas se notabilizou, recentemente, por pedir o impeachment de Dilma no Facebook e conclamar seus seguidores a acompanhá-lo no protesto de 15 de março.
A mensagem central da mídia pós-Lula tem sido instilar raiva num público intelectualmente vulnerável, destituído de preparo para distinguir jornalismo de propaganda política.
Para isso, jornais e revistas tentam desmoralizar de todas as formas o governo. A maior arma, aí, são acusações de corrupção, e não à toa.
Isso sempre funcionou no Brasil. A classe média é facilmente manipulada. Getúlio foi boicotado assim, e depois dele Jango também.
O ódio de classes que marca o Brasil de hoje deriva daí. Os “corruptos”, no discurso calculado da imprensa, estão acabando com o Brasil e enriquecendo à custa de todo mundo.
Danem-se os fatos. O importante é propagar essa visão.
Um dos efeitos colaterais disso é a venezuelização do Brasil. O brutal ataque a Mantega no Einstein é uma amostra perfeita da venezuelização: a fúria irracional das classes privilegiadas contra tudo que remeta a um governo de esquerda, ou centro-esquerda.
Por trás de tudo, se esconde uma verdade prosaica: os privilegiados, e deles a imprensa é o porta-voz, não querem abrir mão de suas mamatas.
É assim na Venezuela, é assim no Brasil.
Lamentavelmente, Bresser Pereira é um dos poucos privilegiados que conseguem enxergar a vida além de seus próprios interesses.
É por isso que ele é ignorado pela mídia
Ele atribuiu a Lula e sua atribulada luta pela inclusão social de brasileiros ao longo de anos, décadas, séculos excluídos.
Mas se esqueceu de falar na contribuição milionária da imprensa para a disseminação do ódio.
A jornada de raiva da mídia começa exatamente com Lula, em 2003.
A Veja, antes uma revista respeitada e não um panfleto vil, assumiu desde logo o comando.
Dois articulistas foram chave nisso: Diogo Mainardi, na edição impressa, e Reinaldo Azevedo, na digital.
Eles deram o novo tom da revista. Falta de compromisso com os fatos e objetivo único de sabotar o governo eleito e, com ele, a democracia.
Progressivamente, o resto da imprensa foi seguindo o mesmo caminho.
Jornalistas e colunistas progressistas foram sendo afastados das redações, substituídos por derivações de Mainardi e Azevedo.
Aí foi perdido um equilíbrio tradicional: ao longo dos tempos, o direitismo dos donos encontrava um contraponto no progressismo dos chefes de redação.
Um dos exemplos notáveis disso foi Frias, o velho, e Claudio Abramo, na Folha. Ou Roberto Civita e Mino Carta, na Veja.
Foi dentro desse quadro que surgiu a multidão de vozes patronais nas principais empresas jornalísticas nacionais.
O que houve foi uma ocupação.
O pensamento diferente foi virtualmente extirpado. Mesmo a Folha, que se vangloriou durante muitos anos da pluralidade, foi ampliando os colunistas de direita e jogando fora os demais.
Não é coincidência que Reinaldo Azevedo, o símbolo do jornalismo patronal, seja hoje colunista da Folha.
Nos bastidores das redações, ocorreu o mesmo. Na Globo, ascenderam a postos essenciais jornalistas como Erick Bretas, hoje diretor de Mídias Digitais da empresa.
Bretas se notabilizou, recentemente, por pedir o impeachment de Dilma no Facebook e conclamar seus seguidores a acompanhá-lo no protesto de 15 de março.
A mensagem central da mídia pós-Lula tem sido instilar raiva num público intelectualmente vulnerável, destituído de preparo para distinguir jornalismo de propaganda política.
Para isso, jornais e revistas tentam desmoralizar de todas as formas o governo. A maior arma, aí, são acusações de corrupção, e não à toa.
Isso sempre funcionou no Brasil. A classe média é facilmente manipulada. Getúlio foi boicotado assim, e depois dele Jango também.
O ódio de classes que marca o Brasil de hoje deriva daí. Os “corruptos”, no discurso calculado da imprensa, estão acabando com o Brasil e enriquecendo à custa de todo mundo.
Danem-se os fatos. O importante é propagar essa visão.
Um dos efeitos colaterais disso é a venezuelização do Brasil. O brutal ataque a Mantega no Einstein é uma amostra perfeita da venezuelização: a fúria irracional das classes privilegiadas contra tudo que remeta a um governo de esquerda, ou centro-esquerda.
Por trás de tudo, se esconde uma verdade prosaica: os privilegiados, e deles a imprensa é o porta-voz, não querem abrir mão de suas mamatas.
É assim na Venezuela, é assim no Brasil.
Lamentavelmente, Bresser Pereira é um dos poucos privilegiados que conseguem enxergar a vida além de seus próprios interesses.
É por isso que ele é ignorado pela mídia
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