quarta-feira, 11 de março de 2015

O deputado paneleiro também teve dinheiro da Odebrecht



Por: Fernando Brito

O líder do PSDB na Câmara, Deputado Bruno Cavalcanti Araújo ( não sei se ele corta o 
“Cavalcanti” por conta dos versos do tempo da Revolução Praieira, ainda hoje conhecidos: “”Quem 
viver em Pernambuco, há de estar desenganado; ou há de ser Cavalcanti, ou há de ser cavalgado“) 
prestou-se à ridícula cena de tornar-se, da tribuna, mais um paneleiro.
O deputado deve se cuidar: afinal de contas, apanhou R$ 130 mil em doações de campanha da 
Construtora Norberto Odebrecht, e é capaz de aparecer alguma língua ferina sugerindo que ela não 
se deveu apenas ao fervor moral do deputado, compartilhado por aquela empresa. E mais R$ 80 mil 
da Queiroz Galvão, como a Odebrecht metida no escãndalo da Lava Jato.
Ou para lembrar que ele era o “queridinho” de Sérgio Guerra, que com os R$ 10 milhões apanhados 
de Alberto Youssef para dar fim á CPI da Petrobras, em 2010, só não entrou na lista do Janot porque 
morreu.
Tudo em 2014, porque em 2010, a fontes do deputado eram as indústrias farmacêuticas, de quem 
Araújo foi acusado pela Istoé de ser lobista – quando elas defendiam a liberação de inibidores de 
apetite proibidos, como a sibutramina, a anfepramona, o femproporex e o mazindol- que financiaram 
sua eleição.
Aliás, com circunstâncias muito curiosas, que poderiam fazer alguém pensar em “formação de 
cartel” de doadores de campanha: além da associação desta indústria, que lhe deu R$ 50 mil, 
oficialmente, Araújo teve o apoio de cinco laboratórios (Aché, Biolab Sanus, Eurofarma, Libbs e 
Infan), num total de R$ 405 mil, cada uma delas doando, harmonicamente, três parcelas de R$ 27 
mil.
Coincidência, apenas, não foi combinado, claro…
Mas é capaz de algum maledicente sugerir que isso era um “cartel de doadores”, deputado…
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